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Piso com ondulações e buracos, tenistas expulsos do hotel enquanto jogavam: o caos da organização do ATP 250 de Nápoles

O cenário idílico do Golfo de Nápoles rapidamente se tornou um pesadelo para os tenistas, que encontraram no sul de Itália um court impróprio para competição, problemas com humidade e trocas de hotéis, com os atletas avisados em cima da hora. O quadro principal do torneio começou com um dia de atraso

Expresso

NurPhoto/Getty

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Na competição de torneio com organização mais caótica do ano, o ATP de Nápoles, da categoria 250, está a levar a taça. A prova tem sido marcada por polémicas e amadorismo, que os próprios jogadores presentes têm denunciado.

Tudo começou com o mau estado dos campos, de um torneio que se estreia no circuito esta temporada. Imagens do court com ondulações e mesmo buracos eram a razão para que vários tenistas se tivessem recusado competir. A fase de qualificação teve de ser mudada para fora da cidade do sul de Itália enquanto a organização encontrava uma solução, que passou por trazer e aplicar o piso do torneio de Florença, que se realizou na última semana. O problema foi reconhecido, com os responsáveis a colocar as culpas nos materiais utilizados.

“Por causa de problemas relacionados com o material usado na construção dos campos feitos pela Mapei (…), foi necessário adiar a programação da qualificação de hoje e amanhã [sábado e domingo] (…). Serão feitas intervenções”, disse então a organização. O quadro principal do torneio acabou mesmo por começar em Nápoles, como previsto, mas apenas na terça-feira e não na segunda, com vários atletas ainda assim a queixarem-se da humidade do piso, devido ao vento vindo da costa.


Mas as polémicas não acabaram aí. Na terça-feira, o colombiano Nicolás Barrientos, especialista em pares, denunciou mais um momento insólito, depois de chegar ao hotel onde estava hospedado e ver todas as suas malas e roupas espalhadas à entrada do alojamento.

“Chego ao lobby depois de jogar às cinco da tarde e encontro ali todos os meus pertences, e da minha esposa, mal embalados, com várias coisas espalhadas no chão”, escreveu o jogador, sublinhando que tal nunca lhe havia acontecido “nem sequer num Challenger”, referindo-se ao circuito abaixo do ATP.

No Twitter, Barrientos escreveu ainda que, depois deste episódio inesperado, confirmou o seu email e viu uma mensagem que tinha chegado pelas quatro da tarde (“Enquanto eu jogava…”) que o notificava para uma nova mudança de hotel. “Já me tinham mudado uma vez, no meu segundo dia no torneio”, explicou, culpando a organização, a empresa NEN Event, que terá histórico de problemas em outros eventos de ténis por si organizados.

Ainda antes do arranque do ATP 250, Andreas Seppi, veterano italiano que chegou a ser número 18 do Mundo e anunciou a sua retirada este mês, queixou-se do facto da federação do seu país não lhe ter dado convites para jogar os torneios de Florença e Nápoles, que seriam os seus últimos.

“Adorava ter jogado os torneios de Florença ou Nápoles para a minha despedida do ténis profissional, mas, infelizmente, a Federação Italiana de Ténis não me permitiu fazer isso, dizendo: ‘Dar um wild card a um jogador que vai retirar-se seria um desperdício’”, lamentou Seppi, nas redes sociais.