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A atualização do ranking WTA chegou e Emma Raducanu caiu 72 lugares. É agora a 83.ª mundial e o recomeço é já a partir desta semana

O espectacular tombo da britânica já era esperado depois da derrota na 1.ª ronda no US Open, que fez desaparecer os 2.040 pontos que ganhou há um ano quando se sagrou inesperadamente campeã em Nova Iorque. O recomeçar do zero arranca esta semana, num torneio numa localidade eslovena de menos de três mil habitantes

Lídia Paralta Gomes

Tim Goode - PA Images/Getty

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A nova lista dos rankings ATP e WTA, que saiu esta segunda-feira, trouxe notícias agradáveis para a Ibéria. Se Carlos Alcaraz é o tenista mais jovem de sempre a chegar ao número um aos seus imberbes (apenas no BI) 19 anos e quatro meses, deste lado da fronteira temos mais um tenista no top 100, com Nuno Borges a subir ao lugar 93 depois de chegar à 2.ª ronda no US Open.

Mas para outros atletas, olhar para a atualização dos rankings desta semana deve ter sido particularmente doloroso. Como para Emma Raducanu, outra jovem de 19 anos e outra jovem que, há um ano, viveu o maior sonho em Nova Iorque, com uma improvável vitória em Flushing Meadows vinda do qualifying. A britânica iniciou o US Open no 11.º posto WTA mas ao perder na 1.ª ronda frente à francesa Alizé Cornet esta semana deu um espectacular tombo de 72 lugares, sendo agora apenas a 83.ª mundial.

Com a derrota logo ao primeiro encontro, Raducanu recolheu apenas 10 pontos para o ranking, perdendo assim a esmagadora maioria dos pontos ganhos há um ano. Aí, além dos 2000 pontos da vitória, Raducanu juntou ainda outros 40 por ter passado as três rondas de qualificação para o quadro principal. Tudo foi varrido e a temporada com mais baixos que altos da atleta - apenas 13 vitórias que comparam com as 16 derrotas - não permitiram aguentar o que já se previa que poderia ser uma queda aparatosa até às catacumbas do top 100.

A britânica nascida em Toronto, no Canadá, terá agora de começar de novo, já sem o “alvo nas costas”, como referiu na ressaca da derrota no US Open. Depois daquelas três semanas perfeitas de 2021, a tenista acumulou contratos e lugares de embaixadora de marcas, mas sofrendo dores de crescimento em court. E o caminho para o regresso aos lugares cimeiros do ranking poderá começar já esta segunda-feira, quando ainda se fala e escreve sobre as vitórias de Iga Swiatek e Carlos Alcaraz em Nova Iorque.

O cenário não poderia ser mais distinto da cidade que nunca dorme: ainda tendo em conta o seu ranking anterior a esta semana, Raducanu é a 1.ª cabeça de série no torneio WTA 250 de Portoroz, uma pequena localidade eslovena junto ao mar com menos de três mil habitantes, a uns 30 quilómetros da fronteira com Itália. Na 1.ª ronda terá pela frente Dayana Yastremenska, ucraniana que é 89.ª do ranking. O encontro deverá arrancar ao final da tarde desta segunda-feira. Apesar de modesto, o WTA de Portoroz tem um quadro interessante, com a campeã de Wimbledon Elena Rybakina à cabeça, bem como a brasileira Beatriz Haddad Maia, Alizé Cornet, a sua carrasca no US Open, ou Ajla Tomljanovic, que em Nova Iorque derrotou Serena Williams no adeus da norte-americana ao torneio.

“Qualifiquei-me e venci o US Open, por isso posso começar do início, começar do zero. Não tenho medo”, sublinhou Raducanu após a derrota na 1.ª ronda no US Open. E o zero é já daqui a algumas horas.