A tenista ucraniana Marta Kostyuk recusou cumprimentar a bielorrussa Victoria Azarenka depois de ter perdido, por 6-2 6-3, na segunda ronda do US Open. A questão, sublinhou Kostyuk, nada teve a ver com a adversária enquanto atleta.
Para a atleta, que até tinha enviado uma mensagem a Azarenka, informando da sua decisão de não cumprimentar colegas que não tenham manifestado publicamente o seu repúdio perante a invasão da Ucrânia, Victoria é “uma grande competidora”. Antes da mensagem, Marta Kostyuk terá tentado avisar pessoalmente Azarenka acerca da sua postura em corte, mas tal não terá sido possível, conta o jornal “The Guardian” - houve apenas uma troca de SMS.
A opção acabou por ser um cordial – mas distante – toque de raquetes entre as duas adversárias. “Foi a minha escolha. Não conheço ninguém [russo ou bielorrusso, presume-se] que condene publicamente a guerra e as ações do seu governo (…). Tivemos uma grande partida, não me interpretem mal. (…) Respeito-a como atleta, mas isto não tem nada a ver com ela enquanto ser humano”, explicou Marta Kostyuk.
A tenista ucraniana tem sido uma das mais ativas críticas da invasão russa, apoiada pela Bielorrússia. Em particular, Kostyuk tem criticado duramente os seus e as suas colegas por não falarem suficientemente da guerra que assola o Leste da Europa. A partida do US Open marcou o primeiro encontro entre as duas atletas desde que a invasão teve início, em fevereiro.
Em março, Victoria Azarenka emitiu um comunicado nas redes sociais em que evidenciava o seu desejo de que a guerra acabasse. No entanto, nem ela nem a maioria dos tenistas russos e bielorrussos criticaram publicamente as atitudes das respetivas autoridades. “Eu tinha uma relação pessoal com alguns deles. Não vieram ter comigo e alguns têm grandes grupos de fãs”, desabafou Kostiuk.
“Num tema tão importante, que não é político, algo tão importante a acontecer no mundo, tendo a base de apoio que eles têm, não a usam da forma correta, para espalhar a mensagem positiva: que eles não apoiam os homicídios, as violações, o genocídio que está a ocorrer”, acrescentou a ucraniana.
Antiga número um do ranking WTA, Victoria Azarenka rejeita as críticas, dizendo que prefere agir nos bastidores: “Sinto que a minha mensagem foi clara desde o início, que estou aqui para tentar ajudar, o que tenho feito e muito. Talvez não seja algo que as pessoas vejam”.