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Kyrgios passou à 3.ª ronda do US Open queixando-se, com o seu vernáculo, do cheiro a marijuana: “As pessoas não sabem que tenho asma”

Em qualquer torneio que dispute, o tenista australiano já nos habituou à sua voz, normalmente em tom exaltado. Depois da senhora que acusou de beber demais em Wimbledon, desta vez, em Nova Iorque, o alvo foi um espetador que, segundo Kyrgios, estaria a fumar marijuana

Carlos Luís Ramalhão

Matthew Stockman/Getty

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A caminho da terceira ronda do US Open, Nick Kyrgios deixou no corte um perfume de bom ténis e da irreverência que tão inevitavelmente o caracteriza. É uma das vozes mais reconhecidas do ténis mundial e não é por acaso: o australiano passa grande parte do tempo em campo a reclamar pelas mais variadas razões.

Em Wimbledon, onde foi vice-campeão, Kyrgios queixou-se várias vezes de uma sua fã. Alegadamente, a senhora teria bebido demais – “700 bebidas” – e acabou por ser convidada a deixar a bancada. Em Nova Iorque, frente a Benjamin Bonzi, que bateu por 7-6 (7-3) 6-4 4-6 6-4, Nick Kyrgios dirigiu-se ao árbitro, no segundo set, para se queixar de que alguém na assistência estava a fumar marijuana. De acordo com a “Fox News”, o juiz terá pensado que a reclamação tinha a ver com o cheiro da comida, o que enfureceu ainda mais o tenista. “Era a m***a da marijuana”, disse o jogador de 27 anos, acrescentando: “Obviamente, eu não vou pôr-me a queixar sobre a comida”.

Nick explicou ainda ao árbitro que sofre de asma e que o fumo o poderia prejudicar. “As pessoas não sabem que tenho asma grave. Quando corro de lado para lado, tenho dificuldade em respirar”, explicou, já depois do jogo. Kyrgios teve ainda oportunidade de se queixar dos espetadores que saíam das bancadas durante o tempo de jogo.

No terceiro jogo do primeiro set, descreve a “BBC”, o australiano tinha dado início ao espetáculo, gritando e dizendo palavrões dirigidos à sua equipa, entre os pontos. Para além das reclamações, o tenista australiano não poupou no palavreado vernacular, o que levou o juiz de cadeira a avisá-lo, no terceiro set. A vitória, essa, não lhe mereceu qualquer queixa, e significa que vai encontrar o norte-americano JJ Wolf, número 87 do ranking ATP, na próxima ronda.

No fim, Kyrgios admitiu: “Têm sido tempos stressantes. Eu e a minha equipa temos grandes expetativas. Em cada torneio que disputo, esperam que eu jogue um ténis fantástico. Prefiro ter essa pressão (…) para ir longe. Sinto que estou a jogar o melhor ténis da minha vida”. O tenista não defraudou as expetativas de quem espera vê-lo jogar bem e ganhar, mas também de quem já vai a contar com o resto do “espetáculo”.