O jogo da primeira volta e as diferenças de momento
“Essa quebra custou-nos, foi um golpe duro de recuperar, depois fomos à Luz e jogámos bem e essa intermitência foi muito clara aí. Temos de melhorar nesses aspetos que estão envolvidos no jogo, não sofrer golos e aproveitar este jogo para continuar a ver algumas coisas que estamos a trabalhar para tornar a equipa mais previsível. É uma boa oportunidade para vencermos e melhorarmos o nosso jogo.”
É diferente preparar estes jogos de fim de época?
“Acima de tudo, é olharmos para a resposta que a equipa tem dado. Não parece que é uma equipa arredada de objetivos e em fim de ciclo, pelo contrário. Os jogadores já meteram na cabeça que o futebol é mesmo assim, que foi uma época difícil e o que temos de fazer é deixar de pensar no passado e pensarmos no futuro. Temos de fazer uma boa exibição e respeitar o campeonato: há uma luta entre o Paços de Ferreira e o Marítimo, que estão na luta pelo play-off, e da mesma forma que fizemos o máximo contra o Paços, além do orgulho de jogar pelo Sporting, há uma obrigação de dar o máximo e tornar a competição mais verdadeira. Fizemos uma boa semana de trabalho e estamos preparados para o jogo.”
A luta pelo acesso à Champions e planear o futuro com esta incógnita
“É muito claro para nós. Obviamente que vai ter interferência no que teremos ao dispor, digamos assim, mas isso é mais no sentido do planeamento da direção, em como vai fazer esses ajustes. Nós temos claro que tipo de jogadores precisamos e quem poderá sair, já temos essa avaliação mais ou menos feita, mas não vai interferir muito porque temos de apostar na continuidade, na forma como a equipa joga e nas ligações entre eles, os jogadores. Já temos um planeamento quer com Liga dos Campeões e sem, não penso que vá variar muito quer nas vendas, quer nas entradas.”
Benfica ou FC Porto, quem será campeão?
“É indiferente, temos objetivos nossos que nada têm a ver com o Benfica ou com o FC Porto, com o SC Braga ainda estamos matematicamente na luta. Nos primeiros meses que estivemos aqui, não queria que o FC Porto fosse logo campeão porque queria que fôssemos jogar ao Dragão e os jogadores sentissem na pele o que é jogar contra o primeiro classificado a querer ser campeão. E a minha ideia mantêm-se: prefiro jogar com o Benfica na máxima força, sem fazer festa nenhuma. Lá teremos tempo para chegar a esse momento, mas a observação que fiz há três anos volto a dizer este ano. Não tenho qualquer preferência, quem for campeão será, se não somos nós, perdemos e o resto não interessa. O foco está no Marítimo e, depois, logo pensaremos no Benfica.”
Varandas fala muito de arbitragem, Rúben Amorim não
“Não, para já, temos papéis diferentes. Depois, o presidente está acima do treinador. Eu falo daquilo que me compete e se calhar o presidente, como responsável de um grande clube português, tem de falar de todas as envolventes do jogo. Não vejo nenhum conflito de comunicação, vejo uma pessoa que tem um papel diferente num grande clubes e outra, o treinador, que tem uma estratégia de não falar de arbitragem e tenta ser coerente com isso.
Ganhar ao Benfica será uma alegria?
“Muito mal estaríamos nós se, há dois anos, estivéssemos a festejar uma conquista do campeonato e fôssemos comparar essa alegria a uma vitória frente ao Benfica. Volto a dizer: queremos ganhar títulos, não queremos ganhar apenas jogos, sejam eles contra as melhores equipas em Portugal. Eu não posso pensar como os adeptos, eu olho para o Sporting de uma maneira - simplesmente, só vamos festejar se ganharmos os campeonatos. Não sou ingénuo, sei do significado que tem para os adeptos, mas, como treinador, não quero sequer fazer a ligação entre uma coisa e outra, não tem nada a ver. O nosso objetivo é festejar campeonatos.”
O plantel para a próxima época e Bellerín
“O Franco Israel está mais do que tomado, foi dos jogadores que evoluiu mais no plantel, nesse aspeto é muito claro. Onde poderá haver uma ou outra rotação não tem a ver com incerteza se eles ficam, ou não, para o próximo ano, tem a ver com termos dois jogadores por posição e alguns fazerem mais do que uma. De acordo com as características, pode haver uma rotação estratégica. Em relação ao Hector, ele tem tido pouco jogo e queremos vê-lo em jogo, será titular novamente, gostei muito do jogo dele em Paços de Fereira. Tudo o que vamos fazer aqui é para avaliar a equipa e não os jogadores.”
O clube não vencer os ‘pesos-pesados’ influencia a continuidade de Rúben Amorim?
“O problema do ano passado… Nunca impus nada e sei das limitações do clube, aceito isso e sempre o disse. Na altura, o Matheus Nunes foi completamente diferente: o jogador tinha uma opinião, o treinador tinha outra, o presidente outra e o empresário outra. Não tivemos tempo para fazer nada. Teve um grande embate na equipa. A forma como foi conduzido o processo é que me deixou zangado na altura e demorou tempo a recuperar disso. A saída de jogadores será conversada entre toda a gente porque aqui só há um Sporting e tudo será feito de outra forma, isso já foi esclarecido.
Não posso garantir que não haverá jogadores a sair, parece-me que já provámos, com o Porro, que os jogadores mais importantes terão de sair pela cláusula. Também há a importância da Liga dos Campeões e isso tem de ser uma avaliação depois de os objetivos estarem definidos. Na saída do Matheus tínhamos vendido o [João] Palhinha e o Dani [Bragança] lesionou-se três semanas antes, portanto, perdemos três jogadores do meio-campo de repente. Não foi só a saída do Matheus, foi o embate. É difícil de recuperar porque tivemos de cozer tudo um bocadinho à pressa. Não tem só a ver com o ficar e sair, na altura só pus em causa eu, como treiandor, falhar os objetivos. Acima de tudo, queremos ser competitivos e o objetivo é ganhar títulos. A saída e entrada de jogadores fazemos tudo em conjunto, mas naquela vez do Matheus Nunes não fizemos em conjunto e, sou muito sincero, tirou alguma harmonia na altura à ligação entre todos. Estaremos aqui para o que der e vier, mas faremos tudo com calma.”
E Ugarte?
“O Ugarte é um jogador muito importante, ele veio e já sabíamos que teríamos sempre de vender, foi de preparação para o Palhinha. Foi feito tudo com calma. O empresário já disse que ele poderá sair, talvez já tenha €60 milhões garantidos, não sei. Mas a continuidade do treinador não tem nada a ver com a saída de pesos-pesados.”
O regresso de Daniel Bragança, que voltou aos treinos esta semana
“É uma grande notícia, notei um Dani muito bem, sem medo. Lembro-me de fazer seis meses e tal e já estar a jogar, mas ele teve uma recuperação um bocadinho mais lenta, notando-se muito a diferença na forma como se apresenta em treino. Não vamos arriscar nada com o Dani, contamos com ele para a próxima época, vai ser muito importante. Tem grande talento. A nossa equipa adaptou-se a jogar de uma forma com o Morita e o Pote completamente diferente do que era com Matheus Nunes que vai ao encontro da capacidade do Dani jogar entre linhas e com a bola no pé. Acho que talvez vai ser o nosso grande reforço para a próxima época.”
Há jogadores em risco de suspensão se virem um cartão amarelo
“Este jogo é o mais importante, mas sim, pela sensibilidade do momento [ri-se] e poderá haver alguma alteração nesse sentido.”