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Rúben Amorim: “Acho que esta equipa já mostrou que nestes jogos supera-se e é muito atrevida e consistente”

Na conferência de imprensa de antevisão ao encontro da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa com a Juventus (quinta-feira, 20h, SIC/Sport TV1), Rúben Amorim revelou que entre o plantel há “sensações boas” e que a equipa está preparada para tentar dar a volta à desvantagem de um golo trazida de Turim

Expresso

FILIPE AMORIM/Getty

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Vencer Juventus é possível?

“Acho que esta equipa já mostrou que nestes jogos supera-se e tem muito à-vontade e é muito atrevida e é muito consistente - tirando os jogos com o Marselha. Em Turim criámos oportunidades, controlámos até bem os pontos fortes da Juventus, não fomos tão eficazes quanto eles e isso fez a diferença. Temos sensações boas mas foi dito aos jogadores que este jogo é diferente. A equipa da Juventus é experiente e vem com vantagem. Como tivemos muita bola em Turim houve alguma ansiedade nos jogadores e no público e eles não vão ter isso aqui, vão estar desde o primeiro minuto em vantagem e este jogo vai ter momentos diferentes, uns em que vamos estar mais por cima, outros com dificuldades. Mas temos 90 minutos para gerir isso e pelo menos empatar a eliminatória. Acreditamos que podemos passar mas sabemos que vamos ter dificuldades e se for como com o Arsenal serão 120 e depois penáltis. O importante é que temos a capacidade para dar a volta à eliminatória”

Diferenças entre campeonato e Liga Europa

“Acho que começámos muito mal o campeonato e tivemos de ir sempre atrás. Isso faz com que a ansiedade cresça. Há bastante tempo que não temos oscilações nas exibições: temos oportunidades e às vezes sofremos golos com meia oportunidade do adversário. Começou a ser uma má regra da nossa equipa. A responsabilidade é diferente, é uma eliminatória. Contra o Arsenal a responsabilidade estava mais do outro lado e com a Juventus igual. São dois jogos, estamos em desvantagem, mas estamos na luta pela eliminatória. No campeonato desde o início que nós estamos a correr atrás e qualquer coisa que aconteça torna os jogos mais difíceis. Na Liga Europa conseguimos sempre lutar e sermos consistentes, coisa que não temos sido no campeonato. Mas temos um problema que aconteceu em Turim: acho que tivemos mais oportunidades em casa da Juventus e não conseguimos marcar. Eles num lance de perigo, dá canto e nós fomos apanhados e sofremos um golo”

Jogos mais importante da época?

“Não sei se vai ser o jogo mais importante, porque se ganharmos há o próximo e se chegarmos à final será essa. A sensação que temos, com o estádio a esgotar num dia, dá esta sensação que é um momento decisivo na nossa época, numa época que tem sido má e há que dizê-lo com franqueza. Nós somos bons nestes momentos e sinto que vamos dar boa resposta”

Espera 3x4x3 ou 3x5x2 da Juventus?

“Em relação à Juventus espero um 3x5x2. Não que perceba mais disto que vocês, mas porque as palavras do mister Allegri no fim do jogo foi que eles controlaram melhor o jogo com três médios. Por isso partimos do princípio que ele colocará três médios. Poderá ser bluff. Poderá ser um 4x3x3, um 3x5x2… as características dos jogadores mudam, se joga o Di María ou o Chiesa e nós fomos ver todos os jogos para ver todos os movimentos que eles fazer. Pode ser o Pogba ou o Fagioli a entrar. Mas não muda muito, a construção é feita com quatro, geralmente, porque o Kostic joga sempre encostado na linha. Acho que não vamos ser surpreendidos por aí, mas é uma equipa recheada de valores e pode mudar a forma de jogar por aí. Temos de ser eficazes na frente mas também atrás. Fala-se das oportunidades perdidas mas olhemos para o outro lado, em que não vemos grandes oportunidades da Juventus, o Arouca penso que fez dois remates à baliza. Nós é que demos a bola no golo”

Juventus perdeu o último jogo

“Os meus jogadores têm plena noção das dificuldades. Nós vimos muitos jogos, eles têm muita informação. A Juventus tem a capacidade de pressionar alto, mas por vezes baixa o bloco. Entendem bem o que o jogo vai pedir. E sabem que do outro lado está o Di María, está o Vlahovic. É um jogo de quartos de final da Liga Europa. Não lhes passa pela cabeça que vai ser um jogo fácil, que as sensações que tiveram lá, de muita posse de bola e espaço, sabem que aqui podem não os ter. Sabem que vai ser muito difícil. É uma grande montanha para escalar, mas por outro lado sabemos que é possível”

Arrepende-se não ter contratado avançado?

“Agora é mais fácil falar do que deveríamos ter feito ou não. Obviamente que eu aprendo, não estou a dizer se tinha razão ou não, mas agora é mais fácil falar. Ninguém esperava a lesão do Paulinho, mas óbvio que se tem de contar com essas situações. Posso dizer que contra o Arouca, se tivéssemos o Paulinho, íamos acabar o jogo com o Paulinho, Coates e Chermiti, porque contra uma linha de oito não imagino ideias para entrar de bola corrida. O Coates para mim é sempre uma opção porque na minha cabeça, qual é o melhor cabeceador da equipa? É o Coates. Era a única forma de criarmos perigo. O Coates não vai para lá só porque temos poucos avançados, também conta, mas porque o Coates em certos jogos dá jeito porque eu quero um bom cabeceador. Sobre o Diomande, vai ser titular. Falhamos golos não é por não termos avançados. O Pote em Turim, na última jogada, falhou a 5 metros da baliza. É muito mais que um avançado. Se voltava atrás e fazia de outra forma? Há tanta coisa que eu faria de outra forma, adorava dizer que não me arrependo de nada, arrependo-me de tanta coisa”