O jogo contra o Arouca
“O seu treinador está a fazer rum grande trabalho, é uma equipa versátil que joga com [uma linha de] quatro, com cinco, com médio centro a entrar. É um jogo muito difícil, têm muita velocidade na frente e com o Alan Ruiz e o David Simão a meterem bolas. Temos que estar concentrados, frescos mental e fisicamente e voltámos para Lisboa com boas sensações e é utilizar isso, sabendo que é um jogo completamente diferente. É um jogo do campeonato, temos uma responsabilidade diferente, adversário vai estar bastante confortável e à espera que o jogo se complique. Se queremos dar a volta às situações - neste caso, da Liga Europa - é ganhando no campeonato. Esse é o grande foco.”
Estes são os jogos mais perigosos?
“Acima de tudo, o grande perigo é termos tido jogo na quinta-feira, ontem [sexta-feira] treinámos lá [Turim] num campo pequenino, digamos assim, e hoje tivemos um dia para preparar um jogo contra uma equipa que tem muita coisa para mostrar: formas de saída de bola diferentes e vem muito preparado. Essa é a grande dificuldade, voltar a ligar o chip depois de parecer que ainda agora saímos do avião. Depois das competições europeias já mostrámos que somos fortes e agora temos de rodar algumas posições porque os jogadores têm de estar frescos. Só a vitória interessa, temos mesmo de vencer, é contra uma excelente equipa que com certeza preparou bem o seu plano, mas vamos estar prontos.”
O jogo da 1.ª volta
“Lembro-me bem, foi o jogo onde falhámos mais oportunidade e sofremos um golo de bola parada aos 46 minutos. Depois, o Arouca não conseguiu criar mais situações de perigo. Há que retirar o contexto, houve mudanças ali que se calhar não as faria hoje, como jogar com o Arthur a avançado. Estivemos sempre em fase ofensiva, portanto um avançado dava-nos outra capacidade. Tivemos ocasiões claras, não marcámos. Estaremos mais preparados.”
Chermiti pode sair por muitos milhões?
“O Youssef vai fazer o seu caminho, não vale a pena estar a meter muita pressão nele, relembrar que ele ainda tem 19 anos, entrou muito rápido na equipa principal. Tem jogado vários jogos, uns mais fáceis, outros mais difíceis, não esquecer que jogou contra a Juventus e jogadores com muitos anos de seleção nacional. Quanto a mim, safou-se bem. Obviamente que tem muita coisa a melhorar, mas lutou bem, segurou algumas bolas, mas se olharmos para o outro lado, estavam lá o Vlahovic e o Milik e ver que também tiveram dificuldade em segurar a bola com o Seba e o Ousmane, porque às vezes é complicado jogar contra equipas muito encaixadas.
O Youssef vai fazer o seu caminho, o que queremos dele não são os milhões, são os golos e o rendimento que levem o Sporting para um patamar diferente.”
E Rodrigo Ribeiro?
“O Rodrigo Ribeiro é sempre opção na equipa principal, como é o Afonso Moreira e outros jogadores, depois depende do rendimento que tenham todas as semanas. Eu vejo os jogos todos da equipa B, sei o rendimento deles, falo com o Çelikkaya todas as semanas, sei exatamente os metros que fazem, a alta intensidade que têm, e portanto seguimos os jogadores atentamente. Todos têm a porta aberta na equipa principal, depende deles, têm de mostrar um rendimento superior na equipa B para virem para a equipa A.
Se calhar, eu acredito mais no Rodrigo do que ele, portanto, nós apenas olhamos para o rendimento e penso que somos bastante justos nessa avaliação.”
A equipa B, a lutar para não descer à IV divisão
“Estivemos perto da subida, depois as características desse campeonato agora levam-nos a estar na fase de descida, claro que nos preocupa, mas sei as razões por que aconteceu, tirámos sempre muitos jogadores e tivemos uma rotação grande que retira muita qualidade à equipa B. Houve um desgosto muito grande nos jovens quando não conseguimos atingir a fase de subida e penso que demoraram algum tempo a reagir. Estamos preparados para qualquer situação.”
Teve conversas com o Chelsea?
“Se estiver sempre a falar quando houver uma notícia… Já falei sobre o meu futuro, está falado, não vou voltar a comentar.”
Como estão St. Juste e Paulinho (e outros lesionados)?
“O Jovane dificilmente voltará a jogar esta época, o Paulinho está com muitas dificuldades e não prevejo nada fácil, o campeonato já não demora muito tempo. O St. Juste, já não faltando muito… O Dani [Bragança] também já só volta no próximo ano. São quatro jogadores que teríamos de ter alguma sorte para voltarem a jogar. Não quero estar a dizer isso porque não sou médico, mas vejo com dificuldade que possam voltar.”
A competitividade da liga portuguesa, que é a 7.ª do ranking da UEFA
“Para já, a divisão dos direitos televisivos é algo que pode melhorar, podemos melhorar também nas infraestruturas e na forma de pensar o futebol. Por exemplo, quando era jogador do Belenenses, às vezes gastava-se dinheiro em mais um jogador para a equipa, mas não se usava esse dinheiro para ter um ginásio como deve ser ou mais um fisioterapeuta, esse tipo de coisas. Não sei como estão agora os clubes pequenos que estão cada vez mais profissionais, mas tem a ver com o dinheiro.
Também aproveitar noutros clubes os jogadores da formação dos grandes que não têm espaço. Sinceramente, ainda não tive muito tempo para pensar quais são as soluções para o futebol português, acho que temos muito a melhorar, mas tem a ver com a capacidade financeira de tudo. A Premier League é a muito boa porque contrata os melhores jogadores, treinadores, fisioterapeutas, etc., e a La Liga começou a cair porque perdeu essa capacidade. A Liga, a FPF, a ANTF, o Sindicato têm de pensar em conjunto e resolver o problema.
Nós também perdemos muitos pontos porque quanto mais equipas tivermos na Champions, mais difícil é de ganhar pontos do que, se calhar, na Liga Europa, não sei bem como se faz a pontuação, mas a verdade é que estamos sempre a oscilar com a Holanda, a França e mesmo em Itália, se formos à Salernitana [de Paulo Sousa], por exemplo, e tem jogadores que já jogaram nos melhores clubes da Holanda. Têm grandes equipas porque tem a ver com a capacidade financeira. Como se crescer isso? Não sei, mas é algo que demora. Não me compete, nem quero ter essa tarefa de pensar o que deveremos fazer.”
Notícias de interesse de clubes em Pote preocupam-no?
“Não, são jogadores que estão felizes no clube e, depois, há uma coisa muito boa neste momento: nos jogadores cruciais na nossa equipa, que têm mais rendimento, tem de se pagar a cláusula. Já o provámos isso com o Pedro Porro. A do Pote, se não me engano, são €80 milhões. Se tiverem, eu se calhar levo-o lá [ri-se]. Enquanto não os trouxerem, ele fica no Sporting.”