Empate chega
“Nós nem falámos em empate, temos de ganhar porque também sabemos o momento em que estamos, em que qualquer bola que vá à nossa baliza dá golo. O único pensamento é ganhar, é marcar golos e não sofrer. No início do jogo seria um erro pensar em empate. Em relação aos adeptos espero a mesma receção de sempre. Sabemos que não estão contentes com os resultados da equipa, ninguém está, e fazem bem em não estar porque a exigência tem de ser outra. Mas se virem a equipa a dar o máximo vão estar connosco”
Eintracht tem de ganhar
“Não há vantagem nenhuma, sabemos que podemos contar com dois resultados, mas isso não vai ter impacto no início de jogo. O Eintracht mudou o sistema de jogo desde que jogou connosco, voltou um bocadinho ao ano passado, espera um bocadinho mais pelas equipas e deu-se bem com isso. Lá tivemos um Eintracht a pressionar muito em cima e nós aproveitámos isso, esse espaço. Agora é uma equipa diferente. Marca muitos golos na liga alemã. No início do jogo não vai ter impacto, no fim vamos ver se fazemos alguma adaptação. É melhor segurar um ponto, mas no início do jogo temos de pensar em ganhar senão não passamos da fase de grupos”
Peso da eliminação no futuro
“Nada, nada. Farei e faço todos os dias a avaliação sobre se sou a pessoa certa para o futuro do Sporting. Todas as épocas começamos com novos objetivos e do zero. Tenho noção da exigência do clube. Faço essa avaliação todos os dias e farei no final. Gosto de assumir as minhas responsabilidades. O melhor que a minha equipa técnica trouxe para cá foi a exigência sem qualquer tipo de desculpas. Serve para os dois lados e na parte má temos de sofrer as consequências. Os oitavos não diz muito. Diz mais quando somos consistentes a ganhar a equipas que não tem os mesmos meios que nós e nós não temos tido essa capacidade. Na Champions é um bocado irmos à luta com equipas que têm outros orçamentos”
Futuro em risco?
“Não faço essa avaliação porque acho que vamos passar, estou confiante na nossa equipa e não entra na minha cabeça”
O que se pode tirar de positivo nestas fases?
“Acho que os adversários estão com mais dificuldade em parar-nos, porque nós criamos mais ocasiões. Nós não temos conseguido marcar. Controlamos melhor os ataques dos adversários, mas em distrações temos sofrido. Tem-nos faltado a capacidade de reagir aos maus momentos. Tem acontecido e desgasta a equipa. Aprendemos os maus momentos, mas não há muito a tirar. Não sou apologista de que temos de sofrer para crescer. Podemos dar a volta. Já tivemos momentos destes e demos a volta. Podemos estar a falhar objetivos mas o clube está fortalecido e tem objetivos”
Golos sofridos de bola parada
“É o mais fácil de perceber. O trabalho tem sido igual e toda a equipa técnica tem feito um trabalho exaustivo na avaliação disso. Saindo o Palhinha, Matheus, Feddal, trocando por outros jogadores para melhorar a nossa qualidade de jogo, isso retira muita agressividade no ar. Nunca tivemos tantos jogos sem o Seba e sem o Paulinho, que é o único avançado alto. Ficamos só com os baixinhos. Se não aumentarmos a agressividade… um jogador pode ter 2 metros e podemos atrapalhá-lo, que é o que têm feito ao Seba. Podemos ser mais agressivos. Isso tem de ser acautelado, não foi acautelado pelo treinador”
Falta de confiança no ataque?
“Não sei explicar. Não acho que seja falta de confiança. Acho que nos falta alguma convicção. A confiança na convicção e não na parte técnica. Há qualquer coisa no ar que se sente… eu não sei explicar. Quando fomos campeões sentia-se que algo ia acontecer e agora é ao contrário. Isso muda com bons resultados, não com conversa ou com vídeo”
Onze e renovação
“Nesta fase não vos vou dar nada. Peço desculpa. Haverá melhores fases em que vos vou dar tudo, com confiança. Quanto às conversas com o presidente não vou estar a comentar, sei que tenho muita confiança por parte da direção, mas também entendo que num clube tão grande isso não é suficiente”
Benfica com melhores níveis físicos. Como explica?
“Melhor treinador, melhor preparação da parte dos jogadores. Ainda não tenho essa capacidade. Para aquele jogo [Arouca] eu entendi de uma forma, o treinador do Benfica entendeu de outra e se olharmos para os resultados vemos uma diferença na qualidade dos treinadores”
Muitas lesões
“É relembrar as lesões, algumas têm sido traumáticas. O St. Juste tem-se lesionado porque jogou pouco no ano passado e não fez pré-época porque torceu um pé. Aí não podemos controlar. O Neto teve uma lesão no joelho, não podemos controlar. O Porro, com a potência que tem, tem alguns problemas. E com um plantel curto não podemos rodar sempre. Não é um problema do departamento médico. Temos tido um ano mais difícil de lesões, temos de encarar isso com normalidade”
Pensou abdicar dos três centrais?
“Penso muito mais em mudar o sistema quando estamos bem. Quando estamos mal temos de voltar às raízes. Acredito muito no nosso sistema. Às vezes são três centrais, outras vezes três defesas, às vezes são quatro, eu olho para as coisas assim. Consoante queremos pressionar muda a nossa forma de jogar. Na pré-época não tivemos o St. Juste e isso mudou o nosso planeamento. Mas não pensei em mudar”
Passagem pode abrir portas ao mercado?
“Não mudamos consoante os resultados. O número de competições em que estamos mexe com o número de jogadores mas a nossa ideia não é procurar ninguém no mercado porque também não sabemos o que vai acontecer, temos a paragem do Mundial e tudo pode acontecer. Neste momento não está na minha cabeça investir neste ou naquele jogador. Queremos apostar em jogadores jovens. Mas não somos parvos e sabemos os jogadores atrativos que estão no mercado e temos de salvaguardar essa situação”