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Rúben Amorim: “Esta equipa não pode relaxar um minuto que seja e, quando isso acontece na Champions, o jogo pode acabar em nove minutos”

Na conferência de imprensa de antevisão da receção ao Marselha (quarta-feira, 20h00, Eleven Sports 2), o treinador do Sporting falou sobre os erros que a equipa cometeu na partida em França, pedindo que os seus jogadores estejam “sempre no máximo”. Amorim demonstrou ainda confiança em Franco Israel, que será titular na baliza, e revelou que St. Juste será baixa neste encontro e também “não deve estar” nos dois seguintes

Expresso

PEDRO ROCHA/Getty

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Que lições foram tiradas do jogo em Marselha?

“Vamos jogar contra uma grande equipa, que se reforçou muito. As pessoas olharam muito para os dois primeiros jogos, em que eles estavam com zero pontos e nós com seis, mas não perder de vista a capacidade da equipa do Marselha, que está em segundo no campeonato de França e reforçou-se como se reforçou. Aprendemos bastante com os erros e também com a segunda parte do Santa Clara: esta equipa não pode relaxar um minuto que seja e, quando isso acontece na Champions, o jogo pode acabar em nove minutos. Foi o que aconteceu em Marselha. Estamos sempre a aprender, temos de estar sempre no máximo”

O que altera entre ter Adán ou Israel na baliza?

“Obviamente que não é um jogador tão experiente. Não tem tanto tempo de jogo, mas tem de começar a tê-lo. Não vai mudar nada, porque nós temos um estilo de jogo tão vincado que não dá para mudar numa semana. O Franco foi escolhido tendo em conta as características da equipa. Tem de jogar com os pés e arriscar às vezes. Por vezes, ser mais velho e ter mais jogos ou menos jogos, em certos dias, não faz diferença, e o Adán foi prova disso em Marselha. Mais do que preocupados, estamos entusiasmados. É ele [Franco Israel] que vai jogar, não o André Paulo. Acho que ele está preparado, porque já trabalha algum tempo, é internacional pelo Uruguai nas camadas jovens, jogou na Juventus e isso dá-lhe estaleca porque lida com grandes craques e porque trabalhou com o Vital estes meses, o que o prepara para tudo"

Podem aparecer fantasmas do resultado de Marselha?

“Toda a gente se vai lembrar do jogo passado e isso é importante. Considero que nós entrámos bem. Enquanto tivemos 11 jogadores, nós estivemos sempre perigosos e isso ficou na cabeça dos jogadores. Temos de estar muito concentrados, vamos defrontar uma grande equipa. Mas não tenho dúvidas que somos capazes de vencer o Marselha"

Se Sporting não pontuar, trabalho feito nas duas primeiras jornadas é desperdiçado?

“Equilibra ainda mais o grupo. É preciso não perder noção do que é o nosso grupo. Olhando para as equipas, se calhar éramos a equipa que menos gente contava que passasse. Estamos na luta e vamos pensar nos três pontos"

Razões para maior instabilidade defensiva

“Talvez, em certos momentos, as personalidades que temos no plantel são diferentes. Mas tem acontecido com jogadores mais experientes e com jogadores menos experientes. Num ou noutro dia têm sido erros pouco habituais na nossa equipa. Temos de crescer como equipa, é a avaliação que faço. Temos de ser mais rigorosos durante os 90 minutos de jogo. Não faço avaliações mais abrangentes sobre o assunto. Em cada jogo temos errado e o que temos de fazer é evitar esses erros, principalmente em competições destas, em que em 10 minutos acaba o jogo"

Situação física de St. Juste

“St. Juste não vai estar apto para amanhã e não deve estar também nos próximos dois jogos, vamos ver. É difícil, ele deu um passo atrás na recuperação dele. Já estava a fazer jogos, estávamos a condicionar o tempo, tivemos de dar um passo atrás agora. Queremos o St. Juste para muito tempo. No ano passado foi operado aos dois ombros, resolveu o assunto e ficou muitos jogos de fora. Na pré-época teve uma entorse algo grave que lhe tirou completamente a pré-época. Estava a fazer a pré-época em andamento, o que é muito mais difícil. Está a fazer o seu trajeto"

Forma de jogar mais de domínio pode estar relacionada com instabilidade defensiva?

“No primeiro ano jogávamos de maneira diferente porque não conseguíamos jogar mais ou eu não conseguia dar o passo seguinte nesta equipa. Ideia foi sempre jogar como equipa grande, nunca fomos equipa que quis jogar mais recuada. São momentos diferentes e, apesar de termos perdido alguns jogadores, houve uma base que se manteve e daí a evolução da equipa. Estamos neste ponto, é assim que queremos ficar. Foi assim que ganhámos ao Tottenham, foi assim que ganhámos muitos jogos o ano passado, tivemos séries de 17 jogos a ganhar no ano passado. Não vamos mudar nada. Por vezes é falta de concentração, outras é infelicidade. Não vamos dar passos atrás na nossa evolução de jogo"

Relação entre Ugarte e Morita

“Vocês deviam ver o Ugarte a falar inglês e o Morita a falar espanhol. A interação entre eles é complicada, falam com a bola. Quando são bons jogadores, eles entendem-se bem, daí a interação deles, tem de ser explicado um ao outro. O Morita já começa a falar um bocadinho de português, o Ugarte não fala nada inglês. A relação deles é muito boa, porque se entendem com bola. O Morita é um jogador que é muito forte a entrar no espaço, daí já ter batido o recorde de golos dele. Se nós repararmos nos golos do Morita, foram golos de avançado. Ele espera pela linha para não ficar fora de jogo, aparece no momento certo, foi uma característica que nos surpreendeu bastante. Ambos são muitos jogadores de equipa, correm muito, lutam muito, estão sempre prontos a dar a mão ao colega. É difícil alguém se dar mal com eles"

Situação clínica de Jovane

“Ainda não vai para a convocatória. Não fez pré-época, tem um historial longo. O que queremos é que o Jovane arranque de vez. Eu conheço o Jovane, sei da ansiedade que ele tem. Podia trazê-lo para o jogo, mas já o conheço, a ansiedade crescia para entrar logo no jogo. É uma decisão minha. O Jovane ainda não vai ser convocado neste jogo, poderá ser para o jogo da taça"