A ressaca da Champions e o jogo com o Santa Clara
“Estamos preparados para o jogo do Santa Clara onde temos de ganhar, temos de subir na tabela e, da mesma forma que uma vitória não muda o panorama porque temos sempre de ganhar, uma derrota não nos tivera o foco porque continuamos em primeiro lugar na Liga dos Campeões e agora temos de subir na tabela. A preparação foi normal num clube grande, temos de ganhar, a exigência é sempre máxima. O Coates está de volta à convocatória.”
Perdeu nos Açores a época passada
“Sinto-me sempre animado, ainda falta muito campeonato. Obviamente que os adversários perderem pontos dá-nos ainda mais vontade, mas o que queremos é ganhar e sentir a sensação da vitória atrás de vitória, este jogo não é diferente. O ano passado foi das poucas derrotas que tivemos, este ano já tivemos quase tantas como o ano passado, podemos ganhar a qualquer equipa e perder qualquer jogo, portanto, aqui não há fantasmas.”
Adán vai continuar na baliza?
“A melhor preparação para o jogo seguinte é ganhar este, faço sempre a avaliação no início e no fim da semana de quais são os 11 melhores jogadores para começar o jogo, o Adán continua a dar todas as garantias, 22 minutos não apagam 92 jogos e quatro títulos. Apesar de, como os outros, ter sempre de provas momento a momento, não teve um dia tão, mas, a meu ver, continua a ser o guarda-redes mais preparado para iniciar o jogo porque temos de vencer, este jogo é mais importante do que o de Marselha.
Escolho os jogadores que treino e, ao final da semana, escolho aqueles que acho que devem jogar. O Adán teve um mau dia, obviamente que pôs a fasquia dele a um patamar tão elevado que se nota quando baixa um pouco. O Franco tem de estar preparado para jogar como esteve o Max [Luís Maximiano] e o [João] Virgínia, é esse o papel dos jogadores. Sou muito objetivo na observação que faço, não me interessa o que as pessoas dizem, olho para o jogo, vejo o que acontece, o guarda-redes tem noção, falo com o Vital [treinador de guarda-redes] e o que quero é ganhar ao Santa Clara.
Não tento planear o futuro nestes casos, o que faço é olhar objetivamente para as capacidades, tenho em conta o rendimento deles, mas percebo, porque fui jogador, que há momentos na carreira de um jogador em que as coisas correm menos bem. Nestes momentos, às vezes os jogadores precisam de ajuda e entendo que o Adán deve continuar na equipa para a equipa ganhar, esse é o meu grande objetivo e acho que o Sporting está mais perto de vencer com o Adán. Não olho a nomes, o grande objetivo que tenho é ganhar jogos.”
Como digeriu ele tudo?
“Digerir é sempre difícil. Acima de tudo, as conversas normais que tivemos todos no balneário, as normais que fazemos caso se ganhe ou se perca, todos têm clara noção do que aconteceu. O Adán foi o primeiro. A seguir ao primeiro golo ficou a pensar nisso, no segundo ficou a pensar no primeiro golo e, na expulsão, no segundo golo, nunca conseguiu reagir e isso pode acontecer a qualquer um, mesmo os experientes. O importante é o jogador ter noção disso.
Se fôssemos falar com o Antonio e ele não tivesse noção do que se passou, isso é que era grave. Dias maus toda a gente tem e o Adán, a meu ver e a minha opinião é que conta, é o nosso guarda-redes e o que está mais preparado para assumir a baliza, sabendo que o Franco [Israel] e o André [Paulo] estão preparados, o [Diego] Callai está-se a preparar, mas, neste momento, o Adán é a minha escolha.”
E Sotiris, já está preparado?
“Está cada vez mais para rodar com os outros jogadores, tem de se conquistar a titularidade durante a semana, eles trabalharam bem durante a semana, só olhamos para o Santa Clara e vai jogar a melhor equipa, não vamos rodar ninguém. Quando estamos com vitórias sobre vitórias é mais fácil rodar do que neste momento.”
A renovação de Mateus Fernandes
“Acho que teve um crescimento muito grande, tem claramente já capacidade para entrar na equipa, há dois anos o momento era diferente, agora é um bocadinho mais complicado, mas o futuro dele passa, claramente, pela equipa principal. Se não for regularmente este ano, é no próximo, juntamente com a vinda do Dani [Bragança]. Volto a dizer, não rodo ninguém, dou é oportunidade a alguns e tento gerir as cargas.”
Falta de constância do Sporting esta época
"É uma questão de mentalidade, também das personalidades que há no plantel. O Marcus [Edwards] é tão forte tatica e tecnicamente, mas antes tínhamos o Feddal, certos jogadores que nos dão essa experiência. O facto de sofrermos um golo como o de Marselha, sinto que falta alguém que meta calma nos jogadores. Quando as coisas nos correm bem, somos uma equipa muito solta e atrevida, mas, depois, há os outros momentos e aí falta-nos alguma experiência.
Tento gerir as personalidade que tenho no grupo, eu não posso entrar no campo e abaná-los, digamos assim. Quando o Adán comete um erro e ele próprio não consegue recuperar, e é o mais experiente e jogou no Real Madrid, os outros jogadores sentem mais. Às vezes, vemos isso. Falta-nos alguma experiência e isso vem com manter o plantel e o grupo de jogadores época após época, dá-nos outra estabilidade. Sofremos menos ataques, mas sofremos muitos mais golos e tem a ver um bocado com isso, com as personalidades que temos.
Com a qualidade de jogo que temos, se ganharmos essa experiência e traquejo nos momentos mais difíceis… Temos que nos segurar até chegar esse momento. Agora, que esta equipa joga bem e tem muita qualidade, tem. Depois fico chateado por não se dar o valor à capacidade que estão a demonstrar, porque os resultados ditam muitas vezes a observação das pessoas. Se tivesse de dizer, é a inexperiência e o tipo de jogador que temos, principalmente quando Coates não está. O próprio Inácio, que chamamos de experiência, só está aqui há três anos, desde os 18. O próprio treinador é inexperiente, só estou aqui há quatro anos."