No próximo 7 de agosto, o Sporting irá visitar Braga e começar a terceira época completa com Rúben Amorim no comando técnico. Para fechar uma pré-temporada que teve o nome de Cristiano Ronaldo a pairar sobre Alvalade, os leões empataram, a um golo, contra o Wolverhampton, num duelo que reforçou convicções e incertezas quanto à abordagem do clube de Alvalade à campanha que se avizinha.
Com Franco Israel, Inácio, Coates, Matheus Reis, Porro, Morita, Matheus Nunes, Nuno Santos, Trincão, Pote e Paulinho a titulares, uma das maiores incógnitas está, justamente, no primeiro nome deste onze. A lesão de Adán atira Israel para a frente da baliza do Sporting, com todas as questões que se podem fazer sobre um guardião de 22 anos que nunca fez uma partida numa liga principal.
O duelo contra a equipa de Bruno Lage nem sempre foi muito fluido ou cheio de ação junto das balizas, com os naturais engasgares do jogo nestes duelos do período estival que antecedem a temporada. Israel não foi muito testado e terá de se avaliar nos encontros a doer a valia do uruguaio, mas este até foi buscar a bola ao fundo das suas redes no começo do embate.
Entre o talento que há no Wolverhampton, Pedro Neto é um dos que mais se destaca. Veloz e potente, encarou Inácio e ganhou um penálti. Chamado a bater, Rúben Neves abriu o ativo.
Franco Israel, novidade na baliza do Sporting
Gualter Fatia/Getty
O Sporting tentou reagir, com a batuta da construção a recair quase sempre em Hidemasa Morita. Perante as lesões de Bragança e Ugarte, o japonês tem as portas da titularidade aberta e, como sempre nestas semanas de pré-época, demonstrou clarividência, técnica, inteligência e precisão no passe. Joga simples, faz a bola rodar, oxigena o futebol do Sporting. É, talvez, a melhor notícia da pré-temporada.
Também sintonizado com o bom futebol tem estado Pedro Gonçalves. Pote está a recuperar a relação com a baliza — empatou de penálti, após falta sobre Paulinho, perto do descanso —, mas também tem mostrado capacidade na criação, seja no passe ou na condução. Dos seus pés saíram dos dois lances em que o Sporting mais se aproximou do 2-1, ambos no segundo tempo, com José Sá a defender um remate após boa condução e Trincão, depois de passe de Pote, a atirar ao lado.
Gualter Fatia/Getty
Trincão é, aliás, outra das incertezas destas semanas do verão leonino. Rúben Amorim confia no canhoto para ser o fator diferencial do ataque, mas o atacante voltou a estar discreto e algo preso, sem chama nem muita facilidade no desequilíbrio. Do aproveitamento total do fantástico talento que existe dentro de Trincão estará boa parte do êxito futuro verde e branco.
Além de Pedro Neto, também em destaque no Wolverhampton esteve Daniel Podence, cuja técnica, agilidade e centro de gravidade baixo tornam-no um pesadelo para os defesas. Os adeptos do Sporting assobiaram muito o criativo, que pareceu estimulado por essa hostilidade. Aos 84', um belo lance saído dos seus pés levou Hwang Hee-chan a isolar-se perante Israel, conseguindo contornar o uruguaio. No entanto, Matheus Reis apareceu a evitar o golo.
Em cima do apito final, um canto de Rochinha encontrou a cabeça de Coates, que atirou ao lado. O quinto empate a um golo em 11 jogos de pré-época do Sporting deixa, como normal, dúvidas e certezas. O começo da I Liga, com visitas a Braga e ao Dragão, não permitirá relaxes estivais.