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Pela primeira vez, Bruno falou mais ou menos em demissão (mas impôs as suas condições) - o resumo da conferência

Presidente do Sporting reagiu em conferência de imprensa às rescisões apresentadas por vários jogadores do clube

Expresso

MIGUEL A. LOPES

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Numa conferência de imprensa que durou cerca de quarenta minutos, Bruno de Carvalho admitiu as quatro rescisões do dia (Bas Dost, William, Gelson e Bruno Fernandes) e disse que apenas se demitiria em dois cenários:

1) Se os sócios votarem a sua saída numa AGE de destituição, mas para tal é preciso que apresentem "os votos necessários";

2) Que os jogadores assumam que voltam atrás na decisão de rescindirem com o clube se BdC e a direção caírem - mas com um pequeno twist. Nessa carta, os jogadores também têm de garantir que regressam para jogar no Sporting mesmo que a atual direção concorra a novas eleições e ganhe. Por outras palavras, Bruno de Carvalho desafia os futebolistas, publicamente, a assumirem a posição contra ele.

Por outro lado, Bruno de Carvalho defendeu que o teor das rescisões não têm valor jurídico algum e que todos os jogadores perderiam os seus casos em tribunal. "Se os sportinguistas forem inteligentes, verão que vamos conseguir resolver todos os problemas, como já aconteceu antes."

Para o presidente do Sporting, isto não passa de uma jogada "genial" de xadrez da oposição para demover a atual liderança.

Isto foi o que aconteceu:

22h09 Quinta pergunta sobre o valor das rescisões. "O que é justa causa para uma rescisão? Não faço a mínima ideia, agora que isto não é, não é."

22h08 Quarta pergunta ainda relacionada com as rescisões. "Mais cedo ou mais tarde, os jogadores voltam atrás na palavra. Agora, façam a carta."

22h05 Terceira pergunta está relacionada com o arranque da época. "A época não começa daqui a dez dias, a pré-época, sim. Há jogadores, entre os que rescindiram, que já estavam nos nossos planos para serem vendidos. Quando chegámos, havia o perigo de haver rescisão coletiva e vamos continuar a resolver estes problemas".

22h00 Segunda pergunta: "Como é que Bruno de Carvalho de 2011 e de 2013 olharia para o trabalho desta direção?". Segunda resposta de BdC: "Você está a falar de situações em que o Sporting apresentava prejuízos constantes, que vendia património ao disparate. Está a ser desonesto, a comparar com processos de rescisão que naõ vão levar a lado algum. O Sporting vai ser mais uma vez um exemplo para o futebol mundial, se os sportinguistas forem inteligentes".

21h54 Agora, perguntas e repostas e a primeira é da SportingTV, que questiona o risco financeiro. Bruno de Carvalho diz o seguinte: "O xeque-mate é esse: colocar a dúvida nos sportinguistas acerca da sobrevivência do clube. Claramente, isto é inédito no futebol português. Isto não está a ser benéfico para as contas do Sporting e é por isso que temos de chegar ao ponto de dar duas alternativas: uma aos associados, outra aos ativos que passaram a querer gerir o clube. Uma, através de uma AG destitutiva, a segunda, se vierem as cartas dos jogadores. Não houve ofertas por Podence, Gelson, William ou Bruno Fernandes; e, que eu saiba, houve apenas umas trocas de e-mailsr relacionados com Rui Patrício"

21h51 "Se as cartas dos jogadores chegarem, demitimo-nos, mas o Sporting vai retroceder. Já começamos a perder o prazer de estar aqui. Mas vamos continuar até os sportinguistas. Agora, digo mais: como jogada de xadrez, isto tem sido brilhante, um xeque-mate a um povo sportinguista que está intoxicado e que já só quer paz."

21h47 "Vamos imaginar que nós apresentávamos esta demissão perante esta angústia que vai na alma dos sportinguistas. Primeiro, no mundo inteiro o futebol mudava de paradigma, porque se isto são decisões para rescisões para justa causa... Dois, que tipo de liderança teria o novo presidente? Como é que ele iria gerir o Sporting? Sob medo? Sob pressão? Não, os jogadores voltavam atrás e ele vendia-os. E, partir de agora, de cada vez que um ou dois jogadores quiserem sair por um valor que acham justo, a coisa nunca mais parava. A coisa mais fácil seria apresentar a nossa demissão, mas o Sporting perdia o respeito e a credibilidade. Não quero meter os jogadores nisto, ainda. Agora, se fôssemos embora, o que de bom viria? O que é que isto traria?"

21h42 "Os sócios merecem que se lhes diga isto: temos lido que os jogadores voltam atrás nas rescisões se a direção cair. Portanto, basta haver uma carta dos seis jogadores a dizer isto: 1) Que se nos demitirmos, voltam atrás para jogar no Sporting; 2) Se nos candidatarmos e ganharmos, estas premissas continuam a valer"

21h40. "Estes processos de rescisão são como a Assembleia Geral de 23. É só chantagem, não vão até ao fim. Nós não estamos agarrados ao poder, estamos disponíveis. Quem tem de decidir se o Conselho Diretivo continua ou não, são os sócios"

21h32. "Mais um dia difícil para a família sportinguista. Não é que estas situações não estivessem pensadas, mas infelizmente estamos a viver uma altura um ataque concertado. Já chegaram aqui quatro cartas de rescisão, mas nenhuma delas tem fundamento. Senão, isto mudava completamente o sentido do futebol português, por causa de um acontecimento hediondo [invasão a Alcochete]."