Saber o hino
“É um hino muito especial. Quando chegas à Cidade do Futebol, o hino está nas paredes e tem um significado muito importante. Acho que é uma referência para a seleção. Para mim é muito importante conhecer e cantar o hino antes de cada jogo.”
Adaptação
“É um período muito feliz. A minha família está aqui, as minhas filhas estão na nova escola, em Portugal. Estamos muito contentes porque o povo português foi muito acolhedor. Sinto-me em casa, totalmente. Acho que preciso de conhecer mais a cultura portuguesa, porque é muito importante para mim conhecer mais. Mas a nossa família sente-se em casa.”
Primeiros dois jogos
“Fiquei muito satisfeito, porque houve uma muito boa atitude dos jogadores. A intensidade no treino foi muito boa. A equipa jogou muito melhor o segundo encontro do que o primeiro. É um trabalho que temos de melhorar estágio a estágio. Entendi que estes jogadores querem ganhar e construir uma equipa ganhadora, com muito talento e atitude”
Sistema de três centrais
“A minha matriz de jogo não é uma estrutura rígida, é uma estrutura flexível que precisa de muitos jogadores na linha de ataque e jogadores para defender rápido. Acho que temos de ser flexíveis. Há jogos em que temos três centrais no relvado, mas outros em que não precisamos deles. Temos de ter uma mentalidade aberta. É importante que nos adaptemos, também tendo em conta as qualidades do adversário. Apresentar quatro defesas? Não será surpresa. A estrutura é uma combinação de números no relvado. É importante atacar, no mínimo, com seis jogadores, mas ter um equilíbrio nos momentos de transição. A nossa ideia é sermos flexíveis e utilizarmos as qualidades dos nossos jogadores, que são de ataque e gostar de ter a bola e de a ganhar rapidamente. As estruturas ajudam a fazer isso, mas pode ser diferente de jogo para jogo”
Renovação de Pepe
“É uma muito boa notícia. Precisamos de experiência. A idade é um número. Um número não é um fator decisivo. O importante é que os jogadores joguem a bom nível e com boa intensidade. O Pepe está a fazer uma época fantástica, um jogador como ele é uma boa influência para os jovens da seleção. Estou muito satisfeito com a renovação de Pepe. É uma boa notícia para o futebol português.”
Futuro no centro da defesa é à volta de Rúben Dias, Pepe, Danilo, António Silva e Gonçalo Inácio?
“A nossa seleção precisa de ter uma mentalidade aberta e um ambiente competitivo. É importante seguir jogadores como Toti Gomes, que tem feito boas partidas no Wolves, ou o Diogo Leite, a fazer uma época muito boa na Bundesliga. É importante trabalhar agora para ganhar os jogos de junho, mas também estar preparado para o futuro”
Ideia para Cristiano Ronaldo
“O Cristiano Ronaldo é muito importante no relvado. Joga numa posição decisiva, é um ponta de lança que pode fazer a diferença à frente da baliza. É um jogador com uma experiência única, não há outro jogador no futebol mundial com 198 internacionalizações e isso é uma experiência muito valiosa para os nossos jogadores jovens. Um jogador com esta experiência não precisa de uma decisão técnica, de um treinador, de uma pessoa. São decisões de futebol: é o rendimento no relvado que dará a decisão. A minha posição é tomar decisões difíceis e importantes para a equipa, mas sempre porque o futebol toma as decisões, não uma pessoa”
Se tiver de tomar a decisão de não o convocar, vai fazê-lo?
“Claro. O treinador tem de tomar decisões difíceis, para o bem da equipa. É com base no trabalho e o trabalho de março foi importante para mim para ter informação de cada jogador. O Cristiano teve um papel muito positivo, muito importante nos nossos encontros de março. É importante seguir diariamente com essa atitude.”
Jogador que o tenha surpreendido e que não está na seleção
“André Almeida, do Valencia. Conheço todos os jogadores portugueses que jogam nas cinco grandes ligas, há muitos, mas o André Almeida foi uma surpresa. É um médio muito moderno, joga para a frente, tem uma capacidade técnica muito elevada, foi uma surpresa muito boa. Foi um nome novo para mim.”
Conservadorismo na primeira lista?
“É um novo ciclo, o início tem de ser conservador. Partindo da lista de 26 jogadores do Catar, com alguns que não estavam na lista, mas foram incluídos, é um grupo de jogadores suficientemente grande para um início no estágio. Não acho que um novo treinador precise de muitas mudanças só por fazer mudanças. É importante fazer mudanças porque são necessárias. Preciso de ver jogadores para tomar decisões e não acredito que se tomem as decisões num escritório.”
Contactos com treinadores
“Falei com todos os treinadores da liga portuguesa que têm jogadores na nossa lista, acho que é muito importante. Há sete épocas que trabalho no futebol de seleções, mas antes era treinador de clube. Sei que é uma posição muito difícil, porque é difícil conciliar o futebol nacional e o de seleções. É muito claro que todos os clubes em Portugal têm a seleção no seu coração.”
Observação de Roger Schmidt a jogadores que vão à seleção e perderam forma
“É uma observação que não é nova, acontece a cada temporada. O futebol internacional tem quatro datas durante a época. Quando o jogador está na seleção, isso é positivo. Quando um jogador representa o país, ele cresce, é melhor quando volta ao clube. Tenho a ideia clara de que a nossa relação com os clubes tem de ser aberta. Trabalho sempre em diálogo com os treinadores para ajudar os jogadores quando chegam à seleção.”
Já falou com Fernando Santos?
“Falaremos no Catar, em maio, num encontro de treinadores. Falar de futebol é sempre positivo, é uma forma de ganhar informação, que é algo de que precisas como treinador. Ser treinador é uma posição muito solitária, é importante poder falar de futebol em geral. É uma conversa sobre cultura futebolística e expectativas.”
Falou com Rafa?
“Eu tentei falar com o Rafa, mas ele tem uma posição muito clara que precisamos de respeitar. Não falei diretamente com ele, falei com uma pessoa do seu clube. Acho importante falar com o treinador e o clube antes de falar com o jogador de forma oficial. O Rafa é um jogador com uma boa carreira e temos de respeitar o seu trabalho na seleção. Quando um jogador acha que é momento de fechar um capítulo, temos de respeitar.”
Avaliação da liga portuguesa
“É, de uma maneira factual, a sexta liga da Europa. É uma liga muito competitiva. Os jogadores, individualmente, querem ganhar. Noutras ligas da Europa isso não acontece. É, provavelmente, a liga mais difícil para os árbitros. É uma liga em que os árbitros têm de tomar decisões constantemente, os jogadores são muito competitivos. É por isso que os jogadores quando saem de Portugal estão totalmente preparados para outras ligas. Há quatro equipas (Braga, Sporting, Benfica e FC Porto) que trabalham de forma excelente, são ganhadoras e têm muitos anos de êxito, e depois as outras equipas são competitivas, sabem ganhar.”
Escolha de Ricardo Carvalho para adjunto, apesar de polémica em 2011 quando abandonou estágio da seleção
“Acho que o Ricardo Carvalho tem muitas experiências que são muito importantes para o nosso balneário. Jogou na liga espanhola e inglesa, teve de adaptar-se e evoluir como jogador. Preciso dele para o nosso trabalho diário, tem uma experiência que pode dar o que precisamos para a nossa equipa técnica.”
Fernando Gomes termina mandato em 2024 e Roberto Martinez tem contrato até 2026
“É uma informação importante, mas tem de se colocar em contexto. O nosso presidente é muito admirada no mundo do futebol e o seu legado vai estar na Federação durante muitas épocas e muitas federações. Não pode estar mais tempo por limitação de mandatos, mas o seu trabalho foi muito claro. O profissionalismo da Federação permite ter um ambiente estável e que o selecionador trabalhe para o futuro. Esse legado é bem mais importante do que o presidente terminar mandato.”
Diferenças entre seleções da Bélgica e Portugal
“Ter dirigentes que jogaram na seleção é muito importante. Humberto Coelho, João Pinto, Pauleta, Hélder Postiga, gente que conhece a seleção e sabem o que é preciso para ter uma carreira profissional. É uma seleção com muito profissionalismo. É uma mais-valia, ajuda o jogador e a Federação.”
Esteve na reunião do conselho de futebol da UEFA
“A ideia é falar de futebol e ver que aspetos se podem melhorar. Calendários? É uma situação muito difícil. O futebol agora tem mais jogos que nunca, mas acho que o jogo vai mudar. Os treinadores têm de utilizar mais jogadores, estar preparados para jogar com cinco substituições. Essa é a forma de fazer face ao número de jogos. Falámos de regras do jogo ou combate às perdas de tempo.”