Faltam, já, poucas horas. Às 17h30, Fernando Santos vai anunciar na Cidade do Futebol quem são os 26 jogadores que o vão seguir até ao Catar, onde no próximo mês a bola vai passar pelos pés dos melhores artistas do planeta. Um Mundial jogado a meio da época, com pouco tempo de preparação e inclemente para quem teve o azar de se magoar nestas semanas que antecedem a competição.
Foi assim que Portugal, sabemos, perdeu Diogo Jota e Pedro Neto. O avançado do Liverpool seria uma certeza na lista de Fernando Santos, o extremo do Wolverhampton provavelmente também uma opção válida numa posição em que a seleção nacional não tem a abundância de outros tempos. Rafa, por motivos pessoais, afastou-se de uma potencial chamada.
A lista de Fernando Santos não deverá apresentar surpresas de maior. Entre a lista de 55 pré-convocados haverá nomes mais certos do que outros e, mais do que um nome inesperado, o selecionador nacional ter-se-á debatido em posições onde tem várias opções interessantes.
Na baliza, Diogo Costa (FC Porto) será muito provavelmente titular no Catar e Rui Patrício (AS Roma) deverá seguir o jovem campeão nacional. A terceira vaga está em aberto: Fernando Santos tem chamado José Sá (Wolverhampton), mas Anthony Lopes (Lyon) e Rui Silva (Bétis) estarão também nas cogitações do treinador.
Na defesa, a principal dúvida prende-se com a forma física de Pepe (FC Porto), a debater-se com uma lesão no joelho esquerdo que o deixou de fora praticamente todo o mês de outubro. O central voltou a treinar-se esta semana e, estando recuperado, não deverá ser preterido pelo selecionador nacional.
E na lista ao lado do veterano de 39 anos poderá estar um jovem nascido duas décadas depois. O extraordinário início de época de António Silva no Benfica de Roger Schmidt deverá valer-lhe a chamada ao Catar, mesmo que o miúdo de 19 anos nunca tenha sido chamado à seleção principal até hoje.
De resto, os lugares parecem estar mais ou menos assegurados. Tudo o que não seja a chamada de Diogo Dalot (Man. United), João Cancelo (Man. City), Rúben Dias (Man. City), Danilo (PSG), Nuno Mendes (PSG) e Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund) será uma surpresa.
Na linha média, o problema de Fernando Santos é, apenas, de fartura. Ao ponto de nomes perenes como João Moutinho (Wolverhampton) ou Matheus Nunes (Wolverhampton) não serem certezas na convocatória. Mais segura será a presença de Rúben Neves (Wolverhampton), João Palhinha (Fulham), William Carvalho (Bétis), Otávio (FC Porto), Vitinha (PSG), Bruno Fernandes (Man. United) e Bernardo Silva (Man. City).
Thomas Eisenhuth/Getty
A boa temporada de João Mário no Benfica poderá valer-lhe um regresso às grandes competições e Renato Sanches (PSG) será outra das dores de cabeça para Fernando Santos. Florentino (Benfica) parece uma opção mais remota.
No ataque, Cristiano Ronaldo é capitão, dono e senhor de um lugar na lista, mesmo com uma temporada abaixo das expectativas no Manchester United. Aos 37 anos, o avançado deverá jogar o Mundial pela última vez.
Rafael Leão, máximo destaque no AC Milan, tem também chamada assegurada. Mas a partir daqui começam as questões. João Félix é um oásis de criatividade no pobre Atlético Madrid desta temporada, mas não tem sido titular. Entre Gonçalo Ramos (Benfica), Gonçalo Guedes (Wolverhampton) André Silva (RB Leipzig) e Ricardo Horta (SC Braga), haverá lugar apenas para alguns. Entre estes, Gonçalo Ramos não tem qualquer minuto pela seleção principal, mas já foi chamado por Fernando Santos na última convocatória.
Os jogadores chamados esta quinta-feira por Fernando Santos vão reunir-se na segunda-feira e quinta-feira a seleção nacional fará o seu único encontro de preparação antes da partida para o Catar: será no dia 17, frente à Nigéria de José Peseiro, em Alvalade.
A viagem para Doha está marcada para o dia seguinte, a 18. Portugal, integrado no Grupo H, será uma das últimas seleções a estrear-se no Mundial: será a 24, frente ao Gana. No dia 28 a seleção nacional joga com o Uruguai e a 2 de dezembro com a Coreia do Sul, treinada por Paulo Bento.