Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, “havia 10 países em competição nos quais [a homossexualidade] é punível com pena de morte,” afirmou o britânico à "BBC Radio 5", admitindo também que, no Japão, “houve mais desportistas a admitir que são homossexuais do que em quaisquer outros Jogos”.
Tom Daley, tricampeão do mundo e cinco vezes campeão europeu, falou abertamente sobre o seu caso e o de muitas outras pessoas vítimas de discriminação: “Não acho que países com leis que criminalizam ou marginalizam pessoas LGBT, mulheres, negros, devam organizar Jogos Olímpicos ou quaisquer eventos desportivos importantes”.
“Se não puder ser um evento inclusivo, para assistir ou competir [em segurança], então esses países não devem ser autorizados a organizar os eventos até que as suas leis mudem,” prosseguiu o atleta. “Não devemos seguir o dinheiro, devemos preocupar-nos com a segurança das pessoas e com os direitos humanos,” disse Tom Daley.

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O facto de o próximo Mundial de futebol ir decorrer no Catar, em novembro e dezembro de 2022, preocupa os ativistas LGBTQ e os desportistas que assumiram a sua homossexualidade. O país é um dos que consideram a homossexualidade ilegal. Os organizadores garantem que o Catar vai ser um país seguro para fãs e atletas LGBTQ, desde que respeitem as leis cataris.
Daley crê que o evento devia ser organizado noutro país.
De acordo com o britânico, no Catar “vais atrás do dinheiro”. Daley questiona: “Mas as mulheres ou as pessoas LGBT estarão seguras a assistir ou a competir?”. “Perguntamo-nos porque é que as pessoas não se assumem. Porque temos de viajar para estes países que não te vão aceitar como és,” diz o campeão olímpico, acrescentando: “Podes ser preso no Catar, portanto esta é uma situação assustadora para muitos atletas LGBT. É por isso que deveria haver mais preocupação com os países autorizados a receber eventos,” alerta Tom Daley.