“Fui silenciado”: em 2016, Lewis Hamilton terá sido impedido de protestar contra o racismo
O piloto inglês ajoelhou-se no domingo, antes do Grande Prémio da Áustria, e lembrou um episódio depois de Kaepernick, jogador de futebol americano, se ter ajoelhado em 2016 e ter por isso perdido o emprego. Então, Hamilton quis prestar-lhe homenagem e terá sido aconselhado a recuar
Tribuna Expresso
06.07.2020 às 10h56

Peter Fox
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Lewis Hamilton revelou o seu arrependimento por não ter tido uma atitude mais pública sobre o racismo depois de ter sido avisado há alguns anos. O piloto inglês revelou o que se passou, em 2016, quando o jogador de futebol americano, Colin Kaepernick, se ajoelhou em protesto contra a forma como as forças policiais tratavam a comunidade negra.
“Achei que tinha sido uma posição forte,” disse Hamilton. “Depois ele perdeu o emprego e ele era um grande atleta. Falei com ele há uns anos, pouco depois disso. (…) Eu tinha um capacete vermelho com o número dele mas fui de certa forma silenciado. Disseram-me para não o apoiar e eu arrependo-me. É importante para mim fazer a minha parte neste momento.”
O “momento” a que Hamilton se referia era o protesto antes do Grande Prémio da Áustria, a primeira prova do Mundial de 2020. Inspirado pelo protesto de Kaepernick, em 2016, o hexacampeão do mundo de Fórmula 1 ajoelhou-se, sendo acompanhado pela maioria dos seus colegas de grelha. O inglês excusou-se a comentar as posições de Verstappen, Leclerc, Raikkönen, Kvyat, Sainz e Giovinazzi que, apesar de presentes no protesto, permaneceram de pé.
No dia anterior, Lewis Hamilton tinha expressado a sua desilusão por alguns pilotos não se terem pronunciado para condenar o racismo. Como tinha sido planeado, no entanto, todos os pilotos da grelha usaram t-shirts que diziam “Acabem com o racismo”, exceto Hamilton, cuja t-shirt dizia “Black Lives Matter”.
O inglês foi o primeiro a dizer que não tinha pedido a nenhum dos seus colegas que se ajoelhasse e que respeitava as suas decisões. “Eu disse: ‘Eu vou fazê-lo mas vocês façam o que acharem certo’. Penso que é uma mensagem forte mas não vai mudar o mundo. É um problema muito maior à volta do mundo, todos tinham o direito de fazer o que entendessem mas para mim fez sentido.”
O piloto de 35 anos não revelou se vai fazê-lo novamente na corrida do próximo fim de semana, mais uma vez na Áustria, mas foi inequívoco no seu apoio à igualdade. “Tudo o que fazemos não é suficiente, todos temos de fazer mais. O tema tem tido notoriedade nas últimas semanas mas não queremos que o protesto morra silenciosamente,” afirmou o piloto da Mercedes.
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