Roger Federer parece ter começado o US Open com o objetivo de partir tudo - fora de campo.
Depois de ter ganho o encontro da primeira ronda do torneio, o suíço lançou uma bomba: “Estou contente por ter passado o primeiro teste. Está quase na altura de retirar-me, mas não ainda”, disse o n.º 2 mundial, ainda dentro do court.
Passadas poucas horas, o tenista de 37 anos foi obrigado a vir “desdramatizar” as suas próprias palavras, tal foi o alvoroço que se criou em volta das mesmas. “Como nunca perdi na primeira ronda aqui, quis dizer que podia retirar-me agora que as 18 vitórias inaugurais aqui estavam asseguradas. Foi uma brincadeira”, defendeu.
Poucos ficaram convencidos da sinceridade das palavras do suíço e muito provavelmente estas ainda estariam a ser discutidas, não fosse o caso de Federer ter lançado uma segunda bomba na quarta-feira.
Esta foi dirigida a Piqué, uma das figuras centrais do Kosmos, grupo de investimento que assinou uma parceria com a Federação Internacional de Ténis (ITF) para a reformulação da Taça Davis. Federer, que também tem interesses no setor do téni, está, por sua vez, ligado ao grupo que organiza a Laver Cup.
Ora, Piqué manifestou o desejo de passar a Taça Davis para setembro, após o US Open, período no qual decorre normalmente a Laver Cup. “A parte boa de toda esta confusão é que todos têm que se sentar e escutar os desejos dos outros: a ITF, a ATP e a Laver Cup. É certo que as próximas semanas podem ser interessantes”, disse Federer aos jornalistas.
“Ainda não falei com o Piqué, mas admito que é um pouco estranho ver um futebolista a imiscuir-se nos assuntos do ténis. É preciso ter cuidado, a Taça Davis não se pode transformar na Taça Piqué”, atirou.
Ainda em declarações aos jornalistas, Federer disse ser a favor da mudança. “Sou globalmente a favor de inovações. O nosso desporto precisa de pensar um pouco fora da caixa para inovar. Mas é como um jogo de Jenga: há que ter muito cuidado para não remover uma peça que deite a construção toda ao chão”, afirmou.