O Porto Canal, estação televisiva ligada ao FCP Porto, onde Francisco J. Marques, responsável de comunicação dos dragões fez muitas das revelações do dito caso dos e-mails, recebeu de várias câmaras do norte do país, nos últimos três anos, mais de 400 mil euros, via contratos de “aquisição de serviços”, revela o “i” esta segunda-feira.
Segundo o matutino, desde 2014 foram foram assinados 17 contratos de “prestação de serviços” com o canal de televisão ligado ao FC Porto; estes pagamentos serviriam para financiar o canal e seriam “encapotados” em contratos com a sociedade FCP Media S.A. e justificados ao nível orçamental como “prestação de serviços”.
O Porto Canal, conta o jornal, apresenta-se sob dois nomes e com dois números de contribuição fiscal distintos: FCP Media S.A. e Avenida dos Aliados - Sociedade de Comunicação S.A.
Os objetivos dos contratos, consultados pelo “i”, vão desde “divulgação de eventos e iniciativas” até à “conceção, produção e difusão de conteúdos televisivos” ou “publicitação de anúncios”.
Só Matosinhos investiu 150 mil euros nos últimos três anos, segundo os detalhes contratuais disponíveis pelo governo na plataforma Base.
Questionado pelo matutino, o gabinete da presidência da Câmara de Matosinhos disse que “estes valores correspondem à emissão de spots publicitários de promoção de eventos municipais ou com apoio municipal, incluindo o Rally de Portugal, e à divulgação de iniciativas da autarquia no programa ‘Especial Verão’”.
Quanto à razão do investimento e da preferência pelo canal, o executivo não quis pronunciar-se, justificando terem sido decisões tomadas pelo presidente anterior.