A análise à vitória
“Faz parte daquilo que são as características da equipa. Na primeira parte houve alguma precipitação na nossa dinâmica em posse, o que fez com que o adversário, extremamente bem organizado, saísse com algum perigo em transições rápidas com jogadores que nesse momento são perigosos. Tivemos muitas situações à entrada do último terço e faltou alguma clarividência, melhor definição e, na hora de concluir, queríamos que fosse de primeira e era preciso alguma calma. Mas, neste momento da época, é compreensível com o andamento da situação no campeonato.
Ao intervalo, tentámos retificar alguns aspetos na nossa organização ofensiva para criarmos mais perigo e meter a boa organização do adversário em dificuldade. Entrámos bem, com uma atitude muito positiva no jogo. Poucos minutos depois, achava que faltava um bocadinho de velocidade, meti o Veron, puxei o Franco para dentro, abdiquei do Fábio e meti o Matheus atrás, praticamente numa linha de três com o Pêpê ficando do lado direito com o mesmo comportamento do Galeno no lado esquerdo para criarmos outras dificuldades. Correu bem, tivemos muitas oportunidades, podíamos ter ganhado com um resultado mais folgado, mas temos de dar mérito à equipa do Filipe [Martins] e ao campeonato que têm feito.
Aos bons elementos e jogadores que têm, são uma equipa bem organizada que sabe o que fazer quando está por baixo do jogo, tem jogadores experientes na linha defensiva. Os jogos são assim, difíceis, à medida que se vai caminhando para o final, mais difícil fica, a margem de erro é mínima, temos que admitir isso. Mas faz parte de um clube como o nosso, acreditar sempre e manter a atitude competitiva para sermos uma equipa intensa e agressiva porque sabemos que os adversários, contra nós, têm essa postura. Hoje vi no jornal ‘O Jogo’ as faltas que fazem contra nós, que é sempre diferente da média que fazem para o campeonato. Mas temos de contar com isso e perceber que temos de estar sempre no máximo para ganhar os jogos.”
Não mexeu ao intervalo, o que falou no balneário?
“Isso são conversas entre treinador e jogador que faço questão de não partilhar agora. Acho que o onze que entrou é competente e que tinha toda a capacidade e qualidade para ganhar ao Casa Pia. Ajustámos alguma coisa, mas foi uma conversa séria, franca e leal, vocês conhecem-me. Entrámos melhor no jogo, mas precisava de outras coisas no último terço, a entrada do Veron foi importante, dos outros três jogadores também. Os jogadores estão de parabéns, fiquei muito contente com a atitude.
Porque não é fácil jogar depois dos nossos rivais ganharem os seus jogos entendermos que somos de um clube que nunca desiste nem atira a toalha ao chão, isso faz parte do nosso clube, desta região. Vamos continuar a dar luta.”
A explosão de alegria no segundo golo
“Estamos para dar luta até ao último momento do campeonato, foi assim que fizemos nestes seis anos comigo, a história deste clube também o demonstra, e vamos continuar assim. Isto foi uma demonstração do ser FC Porto.”
E a confusão no final, o que se passou?
“Com o Filipe, absolutamente nada. Depois, houve elementos no banco de suplentes que estavam, pronto, situações de jogo, de paixão do próprio jogo que é sempre de grandes emoções… faz parte. Agora, digo-vos uma coisa, muito sinceramente: à mínima coisa, palavra, ou levantar-se do banco como já aconteceu ao Vítor Bruno, ou ao engenheiro [Luís Gonçalves] cada vez que se vai dirigir a um árbitro, aí leva amarelo ou é expulso, disso não tenho a mínima dúvida. E hoje não aconteceu no banco do Casa Pia. Não sei se é certo ou errado, se calhar é mais coerente desta forma, mas devia ser igual para toda a gente.”