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Filipe Martins e a confusão no final: “O futebol é isto. Toda a gente se excedeu. Temos de pedir desculpa como exemplos para a sociedade”

O treinador do Casa Pia comentou, após a derrota (2-1) no Estádio do Dragão, a confusão que se instalou no final do jogo entre jogadores, técnicos e elementos do staff de ambas as equipas

Expresso

RUI MANUEL FARINHA/LUSA

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A análise ao jogo

“Acho que fomos muito competentes no jogo que fizemos hoje, com apenas uma diferença: na primeira parte tivemos muito mais disponibilidade física para sair em transições. Foi pena termos ficado com uma substituição a menos por causa da forçada do Neto, sabíamos que ao longo do jogo poderia ser necessária devido ao ritmo altíssimo do jogo. Demos uma mostra de organização, não nos quisemos remeter à defesa e jogámos o jogo pelo jogo, na primeira parte até tivemos bastantes oportunidades para fazermos mais do que um golo.

Depois, como é óbvio, o ritmo foi aumentando e alguns jogadores quebraram fisicamente, é normal. Estou muito orgulhoso daquilo que fizemos aqui, os parabéns aos meus jogadores, não há nada a dizer, ainda para mais com o FC Porto muito forte na bola parada. Mostrámos o que foi a nossa época - de organização e qualidade, umas vezes os resultados sorriam-nos, outras menos. Tenho orgulho enorme em dizer que sou treinador do Casa Pia.”

Foi uma prova de resistência?

“Acabámos com o Poloni com cãibras e vários jogadores em sobrecarga, mas isso também é derivado à qualidade do FC Porto, o jogo foi muito intenso e sabíamos que eles teriam de vir atrás do resultado. Visto que não abdicámos de jogar e de querer também chegar à baliza do FC Porto, claro que houve muitos jogadores desgastados com a quantidade de transições que tivemos. A substituição fez-nos falta, podíamos ter refrescado mais um pouco, mas não foi por aí que perdemos o jogo.”

O 2-1 é difícil de aceitar?

“O futebol é jogado até ao último segundo, ainda a semana passada estávamos a ganhar ao Portimonense e acabámos por empatar aos 96 minutos. O futebol é bonito por isto mesmo, hoje o FC Porto teve o mérito de dar tudo como é seu apanágio, nós também demos dentro dos nossos limites, mas o FC Porto tinha de dar a vida porque não queria perder o campeonato. Ainda valoriza mais o que fizemos aqui contra uma grande equipa.”

A confusão entre os bancos de suplentes no final

“Isto é futebol, vocês têm de perceber que as pessoas quando estão dentro de um campo de futebol os batimentos cardíacos e a tensão são exacerbados, é normal que muitas vezes se cometam excessos, depois cada um consegue gerir, ou não, as suas emoções da melhor forma. Mas não quero comentar isso, infelizmente são coisas que acontecem, ninguém gosta que aconteçam, mas isso vai acontecer mais vezes. O jogo é que é importante, não vamos dar relevância a esse episódio.

Esteve à conversa com Sérgio Conceição no final

Não vamos criar disto um caso, foi uma situação que aconteceu e as pessoas, no fim, provavelmente vão reconhecer que não estiveram bem. O futebol é isto, eu tento sempre manter a minha estabilidade emocional e não consigo falar pelos outros, como é óbvio. As emoções estão à flor da pele. Sei o que o mister Sérgio Conceiçao me disse, fica entre mim e ele. Compreendo as reações do nosso banco e do dele, ambos tiveram culpa, não há aqui um culpado, acho que toda a gente se excedeu. Temos de pedir desculpa como agentes [do futebol] e exemplos que temos de ser para a sociedade, mas também acho que não foi uma coisa do outro mundo.”