Famalicão
“Não temos de pensar no jogo que passou, temos de pensar que vamos ter um jogo e que temos de o ganhar. Isto é bem demonstrativo do nosso respeito pelo Famalicão. Ainda agora em Alvalade, mudando oito jogadores em relação ao jogo que fez contra nós, continua com qualidade no seu jogo. O que nos espera é um jogo extremamente difícil. E é uma meia-final. O discurso do João Pedro [Sousa] é que o jogo mais importante é o do Jamor, para nós não, é o de amanhã, para assim irmos ao Jamor”
Preocupa-o o desgaste físico
“Sim, em relação ao João Mário preocupa. Ao longo da época tivemos por vezes seis ou sete jogadores fora e neste momento só está o João Mário e o Marcano porque foi expulso. É um jogo ao quarto dia, eu critico é quando se realizam com 72 horas ou menos, como já nos aconteceu. Não é o caso. Toda a gente está motivada, é um jogo que nos pode permitir estar numa final, por isso estamos focadíssimos”
Dificuldade em ganhar com tranquilidade
“Nós vamos à procura de uma constante evolução individual e coletiva. Mas encontramos várias explicações, eu tenho a minha e já a partilhei com os jogadores e tentamos arranjar soluções dentro daquilo que é bom, porque seja por 1-0 ou 2-1, temos ganhado e isso é o mais importante. Encontramos equipas com qualidade e quando falo de equipas é também de equipas técnicas, estruturas, porque hoje trabalha-se bem em todo o lado. Os jogos têm a sua história, a sua vida. No final, o que importa são os três pontos e neste caso a qualificação”
Próximos jogos muito intensos
“Preparamos um jogo de cada vez e estamos habituados a competir de três em três dias. Grande parte do ano foi assim porque chegámos longe em todas. Eu digo muitas vezes aos jogadores que mais vale competir a meio da semana e ter um micro-ciclo do que não o ter. Todos querem jogar e a gestão é feita ao longo do ano. Neste momento olho para o jogo de amanhã como o mais importante e quinta-feira à noite, depois das 22h30, começarei a pensar no Arouca. Se pensarmos em dois podemos nem num nem noutro estarmos bem”
Timing fim do jogo com o Boavista
“Isso nem comento. Houve coisas muito mais importantes e graves que aconteceram nesta jornada, que isso nem merece comentário”
Iguala número de jogos de Pedroto
“Eu vivo tão focado em ganhar - e não é demagogia da minha parte - que igualando amanhã o Pedroto, que me deixa orgulhoso, que desvalorizo muito esses números. Se calhar um dia olho para trás e penso ‘de facto estão ali uns números interessantes’. Mas agora não me dizem absolutamente nada. Não quero fazer comparações com uma figura que está bem lá em cima. Agora estou a viver de tal forma focado e com intensidade e o nosso pensamento foi o treino de hoje e o jogo de amanhã”
Forma do FC Porto
“A forma das equipas às vezes muda de um jogo para o outro. Jogámos contra o Sporting e depois fomos ao Rio Ave e foi uma catástrofe, a pior 1.ª parte que eu me lembro. Não há gestão. Se quisermos gerir alguma coisa amanhã as coisas dão para o torto e não passamos, não tenho dúvidas, porque tenho um grandíssimo respeito pelo Famalicão, que tem jogadores de qualidade e agora jogam como equipa, em todos os momentos do jogo acho que são uma equipa muitíssimo interessante. Há olhar para 11 jogadores e vamos lá para dentro com quem dá garantias numa fase inicial. Em relação à consistência, aproximamo-nos do final do campeonato e é normal que os jogos ganhem o seu peso e uma dimensão diferente. Se calhar agora há mais a vontade de estar por cima do marcador do que ir à procura do terceiro golo. Contra o Boavista, o público se calhar estava mais com medo de perder do que com vontade de ganhar. Noutra fase da época se calhar a resposta era outra. Nós queremos fazer o 2-0 ou o 2-1 e procurar o 3-1, porque é a nossa postura aqui”
Postura que o Famalicão terá
“Isso não sei. Dou um exemplo: nós preparámos aquilo que é a nossa missão defensiva, a equipa ser mais pressionante em zonas mais altas e o Famalicão em casa esticou constantemente o jogo no Cadiz, raramente saiu a jogar. Se calhar amanhã terá uma estratégia diferente. Não posso adivinhar. Tenho é de estar preparado. Se nós queremos fazer uma gestão do jogo, para já acho que será nefasto. Nós somos uma equipa pressionante, constantemente à procura de ferir o adversário, intensa. Quando baixamos isso sofremos mais. Amanhã é ir à procura de golos e não sofrer”
Formato das meias-finais prejudica os pequenos?
“Não sou eu que terei de responder a isso. Se fosse só um jogo já tínhamos jogado em Famalicão, ganhado e estávamos na final, não é? Tenho opinião, mas não a quero dar”
Pressão e questão emocional
“Aqui dentro não há qualquer tipo de pressão, já têm a que levam de mim todos os dias, que já não é pouco. Estamos a chegar às semanas de decisão, mas com a tranquilidade que temos… porque se pensarmos muito acabamos por cair ali a meio e não vale a pena. O próximo jogo é amanhã, depois treinar para preparar o Arouca e assim sucessivamente. E depois depende do carácter de cada um. Eu vejo miúdos de 20 e poucos anos que nestes momentos pensam no Fortnite e na Playstation e ficam despreocupados e vejo o Pepe às vezes a meio do jogo a atirar-se para o chão porque falhámos uma oportunidade. Porque é muito apaixonado. Eu revejo-me nisso, atenção. Nós falamos nisso, na questão emocional, que eu acho decisiva. Por tudo aquilo que é a nova geração… é uma das coisas boas. Por um lado nós queríamos que eles tivessem esse brilho no olhar diariamente, mas isso há poucos. Essa paixão, esse friozinho na barriga. Ter de lhes meter um travão de mão e não o contrário, dois estalos para os acordar”