O Famalicão, adversário na eliminatória
“É uma equipa muito capaz, será um jogo difícil e os primeiros 90 minutos que teremos contra o Famalicão. Temos de estar muito atentos porque vai ser uma eliminatória muito difícil.”
Estas meias-finais podem ‘atrapalhar’ a luta pelo título?
“Não tem de dar mais motivação, nem atrapalhar. É o que é. Queremos muito estar presentes, mais uma vez, na final da Taça de Portugal no Jamor, esse é o nosso objetivo, preparar o jogo de amanhã no máximo, como se fosse o último da época. Sabendo que há uma 2.ª mão em casa, mas nunca facilitando. Vamos ter muitas dificuldades contra uma equipa muito bem trabalhada, organizada e com jogadores muito interessantes. O nosso foco e concentração está no Famalicão e no que eles fazem.
Antes do treino estive a ver a análise ao nosso jogo aqui em casa, ganhámos 4-1, mas, em termos de conteúdo de jogo, o Famalicão fez mais para que o resultado não fosse esse. É uma equipa muito interessante com bola, ganhou com o Zaydou alguma agressividade a meio-campo e o Ivo [Rodrigues], não jogando na ala, também ganha. O [Jhonder] Cádiz está num excelente momento, é um bom finalizador, o Iván Jaime muito bem a vir para dentro, o Francisco Moura tem um andamento incrível no corredor esquerdo. Depois, a construção a três ou a quatro, isso é que para mim é interessante. Temos de perceber que todos os momentos podem ser decisivos no jogo e temos de estar no máximo.
É uma meia-final, não queremos desvalorizar nenhuma competição. O campeonato é o principal objetivo, mas queremos muito estar na final da Taça de Portugal.”
Ainda faltam três jogos contra o Famalicão esta época
“Não tem de dificultar, temos é de estar preparados para esses três jogos e com histórias diferentes, os jogos podem ser semelhantes em algumas situações e nos intervenientes, mas aquilo que acontece é diferente. Nós preparamos a equipa para não termos surpresas negativas e pensamos neste próximo jogo. Todos serão diferentes.”
Vai haver poupanças?
Não é poupar, é olhar para os jogadores e perceber quem está melhor nos diferentes parâmetros que achamos que são importantes para competir. Estou a dar um exemplo: se o Evanílson, depois do jogo, fisicamente não está a 100% e tenho um Namaso ou um Toni que estão a 100%, não é uma questão de poupar, mas de jogar quem está melhor para o jogo. Quando temos um discurso dentro do balneário e fora dele, de todos os jogadores serem importantes… Nunca utilizei a desculpa de não ter jogadores para justificar um resultado, claro que gostaria de contar com todos, mas muitas vezes não foi possível. Temos de ser coerentes no discurso e no sentimento que tenho, que é todos são importantes e os que estiverem melhor vão para dentro de acordo com a estratégia que defino.”
Como se gere um balneário quando todos os jogos são importantes?
“Temos dois títulos a conquistar e temos de tentar fazer tudo para ganhar os jogos todos. Os três da Taça e os cinco do campeonato. Isso, por si só, gera um bocadinho de bem-estar, aquela ansiedade boa de que chegue o jogo e eles, percebendo que isto está a acabar, os jogos ganham o seu peso, a margem de erro é muito menor. Para mim, não há dificuldade nenhuma por ando sempre no redline e no máximo da vontade para competir. Muitos destes jogadores já me acompanham há anos e sentimo-nos bem é em jogos de grande pressão, que são decisivos. Esses são os momentos dos clubes grandes e dos grandes jogadores.
A renovação de Pepe, aos 40 anos
“Dou-lhe um exemplo muito concreto. Hoje, na preparação do jogo, quis que o Pepe visse o treinador, mas descansasse, porque já estava há meia hora no ginásio a preparar-se para o treino. A minha vontade era que também fosse, mas, em termos fisiológicos, achamos melhor este tipo de gestão com ele e com outros jogadores, como o Evanílson, que tem tido alguns problemas e, para estarem amanhã [quarta-feira], temos que ter alguns cuidados.
A vontade dos jogadores é sempre ir lá para dentro, principalmente a do Pepe, pelo seu caráter e por tudo aquilo que é enquanto profissional e homem. Converso muito com os meus jogadores, umas vezes de forma simpática, outras nem tanto, mas converso. Neste caso, com o nosso capitão, a conversa é diária e às vezes até nos dias de folga. Conversamos muito sobre o jogo, o momento da equipa, dos jogadores a nível individual, se coletivamente estamos a fazer bem as coisas, ou não.”
O papel que teve na renovação
“Importante é o Pepe estar bem, em forma e ser o super atleta que é com 40 anos. Ele é o mais importante nisto tudo. Depois, fico super contente por a equipa técnica ter contribuído, nos últimos anos, para o seu desempenho estar a um nível altíssimo e fazer a quantidade de jogos que faz, tem a ver com os preparadores físicos que tentam, ao máximo, dar tudo para os atletas estarem no seu máximo. Temos de louvar isso e enaltecê-lo, também.”
É o melhor profissional que já treinou?
“Já tive oportunidade de o dizer. Se olharmos para a dedicação e a atitude competitiva, sim, é o melhor. Tive outros que estão no mesmo patamar, mas nunca tive ninguém acima do Pepe.”
Otávio tem jogado no centro do meio-campo
“Ele pode partir do corredor direito, mas, preferencialmente, pelas características que tem e pelo que quero dele quanto temos a bola, é a ocupação do corredor central. De frente para o jogo define muito bem. É manhoso, conhece muito bem o que quero como elemento do duplo pivô, ou quando o mete atrás do avançado ou na direita ou na esquerda. Poderá, consoante o que define em termos de estratégia para o jogo, estar mais alto ou mais baixo [no campo].”
E Uribe e o contrato que ainda não renovou
“Está lá para fazer o seu trabalho e dar, diariamente, à equipa e ao clube a máxima dedicação em cada momento. É um jogador que tem feito uma boa época, quando olho para o grupo nunca olho para o contrato. O Uribe tem sido mais falado, mas não é por isso que tem jogado mais ou menos. Se acaba o contrato amanhã ou hoje, se acho que tem de jogar, ele vai jogar.”