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Sérgio Conceição: “Para aquilo que criamos, somos muito pouco eficazes. Não podemos ter dois jogos seguidos a zero”

Treinador do FC Porto insatisfeito com as oportunidades perdidas pelos seus jogadores nos últimos dois jogos, que ditaram o afastamento da Liga dos Campeões e o empate em Braga, que deixa o Benfica a 10 pontos. Conceição diz, no entanto, que no FC Porto “ninguém atira a toalha ao chão”

Expresso

HUGO DELGADO/LUSA

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Duas substituições ainda na 1.ª parte

“O treinador está lá para mudar, seja aos 10’ aos 15’ ou aos 90’. O que tinha preparado foi muito semelhante ao que fizemos em casa, em que ganhámos 4-1. O Otávio a jogar na direita, mas no processo defensivo por dentro porque o SC Braga explora muito o espaço no corredor central, com o Evanilson um bocadinho descaído na direita para compensar o Otávio, com o Taremi mais sobre a esquerda. Ofensivamente tínhamos de descobrir o espaço. Foi um jogo difícil para as duas equipas. Para aquilo que criamos, neste momento somos muito pouco eficazes a nível ofensivo, porque uma equipa grande, com as oportunidades que criámos nos últimos dois jogos… não podemos ter dois jogos a zero seguidos. O golo está caro”

Confiança dos jogadores

“Faltam nove jogos e temos de os ganhar e disputar na mesma. A confiança é o trabalho, vem com o dia a dia, como trabalhamos. Falhar um golo à frente da baliza pode acontecer. O que pedimos aos atletas é alguma serenidade de espírito porque há situações que são incrivelmente más no sentido da definição. É uma equipa que está, não digo em evolução, porque a época está quase para acabar, mas temos de trabalhar em cima de algumas coisas que não temos feito. Hoje ficou mostrado que somos uma equipa muito competitiva. As ocasiões mais flagrantes foram nossas, o SC Braga também as teve, mas se saíssemos daqui com uma vitória eu acharia que era justa. Tal como na parte final, se o SC Braga fizesse… foi um bom jogo de futebol e temos de continuar naquilo que é o trabalho”

Jogadores no final

“A equipa deixou tudo no relvado mas faltou clarividência, faltou mais maturidade competitiva. Perceber que representamos o Futebol Clube do Porto e que nestes ambientes, jogos difíceis contra boas equipas, é preciso um bocadinho mais. Não é de um momento para o outro que se mudam mentalidades. Não tem a ver com a distância percorrida pelos jogadores, a forma abnegada como estão no jogo… depois é preciso algo mais. Isso faz parte do nosso trabalho. Cada ponto que se perde agora pode ser decisivo. Temos sete ou oito ocasiões claras nestes últimos dois jogos e não fazemos golos. Ficámos mais distante do líder e fomos eliminados da Liga dos Campeões. É olhar para isto e perceber o que temos de fazer e melhorar nesse sentido”

Título está entregue?

“Nesta casa, neste clube, e eu estou aqui há uns anos como treinador e estive outros como jogador, nunca, mas nunca se atira a toalha ao chão. Estamos longe, é verdade, mas temos nove finais para disputar. Em maio as contas fazem-se. Sempre de cabeça erguida, com o máximo empenho, podem ter a certeza. Máxima dedicação. Espero que toda a gente continue - e não venham com as mensagens para dentro e para fora -, e toda a gente é quem ama o Futebol Clube do Porto e quem trabalha aqui. Todos no mesmo sentido e depois em maio sentamo-nos, vemos as contas, o que fizemos bom, menos bom, tudo isso e planeamento para a próxima época”