Os pontos fortes do Brugge
“Vamos defrontar o tricampeão belga, uma equipa que está habituada a ganhar o campeonato do seu país - dos últimos cinco, ganhou quatro -, sabemos o que pode fazer em função dos jogos deste ano que analisámos, tem sido um início muito bom da parte do Brugge, veio provar que, na sua dinâmica ofensiva, tem processos muito fortes nomeadamente na largura que dá ao jogo e nas ações de mobilidade que consegue provocar.
É uma equipa ‘pesada’ no bom sentido, com jogadores fisicamente fortes que quando têm de utilizar um jogo mais direto se sentem confortáveis, agressivos também no que é também a conquista da segunda bola. Estudámos o que tínhamos a estudar, digo sempre o mesmo desta que é a melhor competição de clubes do mundo: os jogos dependem daquilo que fizermos e da forma como abordamos estrategicamente o jogo. Este não vai ser diferente.”
A garra, a intensidade e a paixão elogiadas pelo treinador do Brugge
“Traços do meu caráter que têm a ver com a paixão com que vivo o jogo, com eu sentir que cada jogo e dia do meu trabalho é uma oportunidade para melhorar, é isso que quero dos jogadores que estão à disposição, não só dos titulares, mas também dos outros, os tais ‘reforços’ que entram no decorrer do jogo. Isso é o mais difícil de se fazer, tentar motivar e passar ao jogador uma mentalidade vencedora, de perceber que um minuto em campo pode ser tão ou mais importante do que 89. E com isso, os jogadores no balneário perceberem que todos são importantes e vão ter os seus minutos, é uma questão de momento e de estratégia.
Nós esperamos que eles estejam sempre com um espírito top, há várias situações que analisamos e depois escolhemos em função disso. Se pudesse meter 26 a jogar, meteria, porque todos são muito comprometidos com o nosso trabalho no dia-a-dia, daí eu falar na mentalidade no balneário, no espírito de respeito, não acomodado. Não estando todos os jogadores com um sorriso, claro que isso não existe porque seria uma hipocrisia, toda a gente quer jogar e ser protagonista, mas têm de perceber que com esta forma de estar que eu quero, só temos a ganhar. E temos vindo a demonstrá-lo nestes cinco anos.
Já sou treinador há quase 11 anos e não me agarrei a um sistema. Respeito todos os treinadores que começam com uma determinada forma de jogar e isso prevalece no tempo, o que é bom sinal, é sinal que vão ganhando, mas nós vamos mudando muito em função das características dos jogadores, da estratégia e da qualidade. Isso viu-se o ano passado, na base na intensidade que queríamos, o FC Porto tinha uma qualidade na bola acima da média e isso era permitido porque tinha jogadores que, realmente, tinham essas características. No meu primeiro ano, tive de optar por um futebol mais direto e jogámos. Acho que isso é que é qualidade da equipa técnica e, depois, dos jogadores e da mensagem que é absorvida e metida no campo.
Mas acredito que se fale mais na minha forma de viver o jogo apaixonada e da tal garra que está colada e é um selo que tenho de quando era jogador, e olham menos ao que é a qualidade das equipas. Mas, desde que eu ganhe, não há problema.”
O FC Porto está obrigado a ganhar?
“A estratégia parte de percebermos que estamos num jogo da Liga dos Campeões e não diminuirmos um adversário bastante forte, a estratégia tem que ver com isso e não me posso alongar muito. A pressão faz parte do nosso dia-a-dia de estar num grande clube, não precisamos de jogos para isso, diariamente temos essa pressão no nosso trabalho e, se não a tivermos, eu crio-a. Faz parte e é normal, é boa porque nos mete em alerta e desconfiados do momento e da situação em si, acho que é sempre bom na vida em geral.”
Não haverá Taremi contra o Brugge
“Não vou entrar em pormenores porque a estratégia poderá passar por não haver um jogador que tem sido importante no onze, amanhã [terça-feira] o Taremi está livre, deu-lhe o dia livre excecionalmente porque acho que merece, tem jogado muito e com muita intensidade, muitos quilómetros percorridos, muitas assistências e muitos golos, e precisamos de um Taremi fresco para jogar contra o Estoril - se eu assim o entender.”
O treinador do Brugge sugeriu que um ponto não seria mau
“Acho que é um bocadinho música para os ouvidos, ninguém joga para conquistar um ponto, jogam sempre para ganhar independentemente do escudo que representam. Depois, consoante as incidências do jogo e da exibição, poder-se-á dizer que um ponto não é mau, mas ele é um ex-jogador e há alguma facilidade quando tem de falar e consegue, no fundo, driblar as questões. Se calhar queria mandar uma mensagem para dentro, não faço ideia. Mas acredito que todas as equipas entram para ganhar. Eles são tricampeões belgas, jogam sempre para ganhar, das últimas sete Liga dos Campeões estiveram cá seis vezes.”