Shoya Nakajima, antigo jogador do FC Porto, que permanece ligado ao clube, embora sem estar inscrito na Liga, deu uma extensa entrevista em que explica o que aconteceu por alturas do início da pandemia, quando se recusou a treinar com os colegas. “Naquela altura não sabia o que era o coronavírus e não havia cura. A minha esposa tem asma e uma pneumonia seria uma séria ameaça à vida”, conta o futebolista à revista “Goethe”, do Japão. “Para mim, a família é a coisa mais importante, coloco-a acima de tudo”, admitiu.
O futebolista japonês estava preocupado com o bem-estar dos familiares: “Na altura, a minha mulher estava doente e, se eu fosse infetado com covid-19, colocaria a minha família em risco”. A opção de não treinar fez com que Sérgio Conceição deixasse de apostar em Nakajima, mas este não se mostra arrependido da atitude tomada.
“Enquanto outras equipas ainda treinavam em pequenos grupos de jogadores, o FC Porto começou a treinar com toda a equipa. Tínhamos duas salas separadas, mas não me parecia que houvesse uma distância social aceitável. (…) Não quero que a minha mulher e a minha filha sofram, por isso tomei a decisão de ficar com elas. Não participei nos treinos, perdi a minha posição na equipa, mas não me arrependo”, afirma o jogador, entretanto emprestado ao Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, e ao Portimonense.
Regressado ao reino do dragão, o japonês permanece com o futuro incerto. Aos 28 anos, Shoya Nakajima deseja, acima de tudo, “manter a cabeça no lugar” e “crescer dia após dia”. Guia-o alguma esperança de estar presente no Catar, no inverno. “Como só há uma convocatória antes do Mundial, a possibilidade é baixa. Costumava pensar que seria definitivamente selecionado, mas agora não me importo se não for”.