Primeira parte
“Já tínhamos passado por momentos iguais em Vizela, dissecámos ao máximo esse jogo. Hoje, na primeira parte, faltou tudo. Não podemos ter a intenção de pressionar na frente, de querer condicionar ao máximo a dinâmica do adversário e depois não somos uma coisa nem outra. Temos uma falta [cometida] no primeiro tempo, isto não existe. Duelos perdidos, segundas bolas perdidas, aliás o terceiro golo nasce numa segunda bola perdida por nós. Estivemos muito distantes no que é a atitude no jogo. Em termos estratégicos, cabe-me a mim, sou eu o culpado, sou o treinador, assumo completamente a responsabilidade do que se passou aqui hoje. É verdade que o jogo que perdemos há um ano e pouco foi um jogo que não foi merecido em Braga, foi o único. Este é o segundo jogo em mais de um ano, tem de se dar mérito aos jogadores. Os jogadores não desaprenderam, ou não deixaram de saber fazer o que trabalhamos de uma forma dedicada diariamente para honrar a camisola que vestimos. Agora, há que rever aqui muita coisa, a começar por mim.”
Semelhanças de jogo com Vizela
“Vejo equipas que jogam contra nós e tentam, dentro do que são as suas possibilidades, dificultar ao máximo o campeão nacional, com uma motivação acima da média. Não fomos um coletivo forte, a verdade é essa. Os jogadores de equipas teoricamente não tão fortes como os três grandes, ou quatro com o Sp. Braga, estão sempre no máximo connosco. É a nossa luta, conseguir motivar. Há jogos assim. O futebol, para quem representa este clube, tem de ser olhado de uma forma máxima, no nível máximo. Não fomos dignos, eu sentado no banco a comandar a equipa do FC Porto e alguns jogadores, muitos, de vestir esta camisola. Eu não fui digno de estar no banco a comandar a equipa do FC Porto pela primeira parte que fizemos, porque não é possível isto numa equipa que é campeã nacional e que está há um ano e tal em que praticamente não perdeu – considero que em Braga não fomos nós que perdemos, aconteceram coisas extra-futebol, fazem parte do passado. Este jogo não é para esquecer, é um jogo para lembrar. Temos de baixar a cabeça e pensar no que não fizemos neste jogo, volto a dizer, a começar por mim.”
Tempo útil
“O jogo na segunda parte não existiu, existiram algumas investidas do FC Porto, 20 e poucos remates, cinco ou seis ocasiões de golo, mas podiam ser mais se o tempo útil de jogo fosse maior, mas isto faz parte do futebol português. Deixo já um alerta: não me convidem mais para reuniões na Federação Portuguesa de Futebol… para depois olharmos para isto… e tenho muito gosto em saber e vou procurar saber qual foi o tempo útil de jogo na segunda parte. É vergonhoso. Não foi por isso que perdemos, o Rio Ave entrou muito bem no jogo, criou situações para fazer golo e estar em vantagem. Depois tem a ver com o desenrolar do jogo, temos todos de olhar e pensar. Cada reposição de bola do guarda-redes, cada minuto um jogador no chão, a equipa médica a entrar, o jogador não sai, isto quebra aquilo que é essa intensidade e ritmo de jogo para criar ocasiões e ir atrás do prejuízo, nunca baixámos os braços. Criámos situações, na segunda parte, para não sair daqui com uma derrota, mas no geral é merecida esta derrota e é merecida esta vitória do Rio Ave.”