A análise ao jogo
“O campeonato é sempre difícil, todos os jogos têm uma história diferente, neste sabíamos que vínhamos a um campo com o treinador que conhece bem os jogadores, com uma forma de jogar que conhecíamos e, por isso, deveríamos ter feito mais na primeira parte de acordo com aquilo que somos. Se temos dinâmicas com e sem bola, se queremos ser pressionantes em zonas altas do campo, onde não queremos que o adversário ligue o seu jogo e faça o que gosta, se estamos com meio disposição e determinação, e com a barriga meia cheia com o último jogo, aí fica difícil. Não somos uma coisa nem somos outra.
Os nossos laterais, de trás para a frente, não apareciam para dar a largura que necessitávamos, por dentro estava difícil porque o Vizela povoou com os três médios e homens da frente o corredor central, e nós fomos lendo o jogo e percebendo o que se estava a passar. Tentámos abrir mais a frente de ataque na fase final e jogar de formas diferentes na segunda parte, mudando jogadores para posições diferentes para tentarmos colocar dificuldades ao Vizela, que teve mérito. Foi uma vitória merecida onde os jogadores correram, é verdade, mas algumas vezes correram mal.”
Serve de aviso para a equipa?
“Eles estavam avisados. Antes do jogo, o que olhei nos jogadores depois do aquecimento, e mesmo em estágio, há pequenos sinais que nos fazem estar alerta e sempre no red line. A verdade é que não entrámos bem no jogo e avisei-os, antes de entrarem em campo, para entrarmos forte porque o Vizela é uma equipa agressiva, que sabe o que faz em todos os momentos. Sinceramente, os meus jogadores acabam sempre por dar o máximo, mas, depois, dentro do que é o nosso processo ofensivo, quando não cumprem a equipa entra em dificuldades.
O campeonato é uma maratona e vai ter sempre jogos destes, às vezes ganha-se no último minuto e noutras criando vitórias mais convincentes em termos de exibição e de resultado.”
Os dois golos de Marcano esta época e o centro da defesa
“Fez o que lhe competia, defendeu de forma rigorosa e concentrada, sempre focado, e lá na frente é um jogador sempre muito válido no jogo aéreo e nos esquemas táticos ofensivos. Teve um percurso difícil no último ano e estamos contentes por ser mais uma solução. O nosso grupo tem de ser competitivo e com vários jogadores para os diferentes lugares. Estamos contentes com todos e está a jogar quem merece e quem me dá mais respostas durante a semana.”
Os 300 jogos de Sérgio Conceição pelo FC Porto no campeonato
“Primeiro, estou a ficar mais velho, é logo o que me vem à cabeça. É um misto de sentimentos, sinceramente. Temos o Eduardo [fisiologista da equipa], a quem a vitória é dedicada, que perdeu o pai e está a passar um momento difícil, e esta vitória também tem um bocadinho do Telmo, o nosso preparador físico, que faz hoje anos. Estou satisfeito pela vitória e pela marca, mas, sinceramente, não sou só eu, é o Vítor Bruno, é o Dembélé, é o Diamantino Figueiredo, estamos juntos desde início e todos merecem um abraço público. Portanto, é um misto de sentimentos, vivo de forma muito minha.”