Uma das diferenças está nos pés e na relação com a bola: o “nível de excelência” de Diogo Costa, o novo guarda-redes titular da seleção

Editor de Desporto
Jornalista
Era um momento de bola perdida, bola recuperada, poucos segundos a seleção demorara a passar de roubada a ladra e logo reciclou a sua posse para trás, rumo a relvas mais seguras. João Moutinho tocou-a de cabeça na direção de José Fonte, que prudente foi a olhar em volta, ver alguns adversários e recuar mais um passe rumo à baliza de Portugal, onde Diogo Costa recebeu a bola já pouco dentro da sua área. De cabeça erguida e com a bola penteada com a sola da chuteira, demonstrou como mirou o olhar bem lá longe.
O guarda-redes pouco demorou a bater a bola, rápida e em força, para cair na metade do campo da Turquia, já mais perto da grande área do que da linha do meio-campo, em sentido contrário ao avanço da linha defensiva dos turcos e ao encontro de onde a desmarcação de Diogo Jota se dirigia. Terão sido uns bons 60 metros de viagem para a bola, que o avançado recolheu nas costas de defesas surpreendidos e com a qual tentou encaixar um chapéu esperançoso na baliza. Não foi golo, mas serviu para demonstrar o que há nos pés de Diogo Costa.
A bola longa que acabou no avançado do Liverpool não foi casual. Usando os dados cedidos à Tribuna Expresso pela GoalPointPro, empresa portuguesa de análise estatística de futebol, esse lance, apesar de ter sido de bola corrida, reflete algo que também se vê quando ela está parada: nos últimos 12 meses, Diogo Costa colocou a bola nos seus pontapés de baliza longos, em média, a 63,9 metros de distância. O valor supera bastante a média de 57,5 metros dos lançamentos ao pé de Rui Patrício, o homem a quem tirou o lugar na baliza. Diz-nos quem trata este tipo de dados que estes números do mais novato são muito acima do normal.
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