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Histórias de dragões, fogo e gelo

Bruno Vieira Amaral escreve sobre as faltas desmioladas de Eustáquio, que define como faltas de cabeça de um jogador que sofreu com os danos colaterais do ímpeto pedido por Sérgio Conceição. Sobre o treinador do Benfica, ressalva como “o que fez de tão extraordinário foi comportar-se como um indivíduo normal”, pois, em Portugal, “a sensatez é tão rara que é natural que a confundam com génio”

Bruno Vieira Amaral

DeFodi Images

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O que aconteceu no Dragão, apesar de ser raro, não é um fenómeno fora do alcance da razão. Já sei que as vitórias do Benfica em casa do Porto normalmente produzem toda uma mitologia, uma camada exterior de lendas e boatos que cobre a substância do jogo (César Brito! Nuno Gomes! Lima! Guarda Abel!), mas nem sempre é preciso recorrer ao sobrenatural para perceber o que se passou. E o que se passou foi que o fogo ateado pelo Porto queimou um dos seus.

Aquilo que levou o Porto a sufocar o Benfica durante os primeiros quinze minutos, em que, depois de uma saída que pôs a equipa da casa em sentido, a bola começou a queimar os pés dos jogadores de vermelho, aquela fogosidade bravia, aquela intensidade instintiva do perdigueiro, foi o que levou o Porto para o abismo.

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  • Quem vais chamar? Rafa, o supersónico caça-fantasmas
    Futebol nacional

    Um golo do atacante deu o triunfo (1-0) ao Benfica no Dragão, terminando com a série de nove clássicos sem perder do FC Porto e aumentando para seis os pontos de vantagem da equipa de Schmidt para os atuais campeões nacionais. A expulsão de Eustáquio, logo aos 27', fragilizou uns dragões fiéis ao ideário de Sérgio Conceição, mas só a velocidade e técnica de Rafa desequilibraram definitivamente a partida