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Mundial 2022

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Menos imaginação, por favor

Bruno Vieira Amaral lembra os tempos saudosos em que “os Estados Unidos se apresentavam nos Mundiais com a candura de um rancho folclórico que acabou de atravessar os limites do concelho de Moimenta da Beira”. Agora padecem desse mal europeu, a imaginação

Bruno Vieira Amaral

Neil Hall/EPA

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Eu gostava quando os Estados Unidos se apresentavam nos Mundiais com a candura de um rancho folclórico que acabou de atravessar os limites do concelho de Moimenta da Beira pela primeira vez, praticavam um futebol dito atlético, onde sobressaíam um domínio rudimentar da bola, uma capacidade de corrida coreana e o investimento exclusivo no contra-ataque (na altura ainda não era “transição”, era mesmo contra-ataque) como meio de alcançar os fins.

Um dos melhores exemplos deste futebol anaeróbico teve como vítima a geração de ouro do futebol português numa das suas últimas danças, no Mundial da Coreia e do Japão. Ainda fatigados pela humidade macaense, os jogadores portugueses apanharam os industriosos norte-americanos no primeiro jogo e pareciam espantados e ofendidos com a energia dos adversários pouco dados à espécie de futebol contemplativo que mais agradaria a veteranos como Figo, Rui Costa ou Fernando Couto.

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  • Um anfitrião demasiado fraco
    Mundial 2022

    Há limites para a nossa boa-vontade para com anfitriões desajeitados e pouco familiarizados com a bola. As notícias diziam que este Catar estava preparadíssimo para o Mundial, que os jogadores estavam em estágio há quatro meses e comiam táticas de manhã à noite, mas Bruno Vieira Amaral escreve sobre como, pela primeira vez, deseja que ao anfitrião débil seja dado o golpe de misericórdia com toda a celeridade e humanismo