Modalidades

No dilúvio, o quarteto fantástico português deixou escorregar o testemunho e ficou em 9.º lugar na final dos 4x400 metros dos Mundiais

No dilúvio, o quarteto fantástico português deixou escorregar o testemunho e ficou em 9.º lugar na final dos 4x400 metros dos Mundiais
Patrick Smith

Não faltaram pernas, apenas mãos. Na estreia em Mundiais da estafeta nacional dos 4x400 metros, Pedro Afonso, Omar Elkhatib, João Coelho e Ricardo Santos cometeram um erro na última transmissão e anularam um resultado que parecia promissor. Portugal terminou em nono lugar numa corrida ganha pelo Botsuana

Numa estafeta sente-se tudo a quadruplicar. O testemunho é o único que rodopia durante quatro voltas. Os pares de pernas revezam-se, mas a apoteose emocional é constante em todos, mesmo que a missão tenha sido reencaminhada para a velocidade de outro.

Portugal não pode deixar de notar uma ligeira dor por ter prejudicado o desempenho devido a uma incorreta transmissão entre João Coelho e Ricardo Santos. O escorregadio testemunho ficou a nadar em pista e a prestação afundou-se. Na estreia em Mundiais, do quarteto fantástico nos 4x400 metros, Portugal ficou no nono e último lugar (3:09.06).

Quanto mais rápido terminassem, mais rápido fugiam à intempérie que pingou sobre Tóquio. Sem toucas nem barbatanas, mas com pujança para evoluir em pista, a equipa portuguesa lutava para integrar a primeira metade da prova quando o erro se verificou. Os neerlandeses e os jamaicanos, por exemplo, iam comendo o pó (neste caso, bebendo a água) dos atletas nacionais. Apesar de ter sempre existido uma demarcada distância para o Botsuana (ouro, 2:57.76), que se sagrou campeão do mundo, os Estados Unidos (prata, 2:57.83) e a África do Sul (bronze, 2:57.83), o resultado parecia promissor antes do descalabro.

Pedro Afonso, Omar Elkhatib, João Coelho e Ericsson Tavares (rendido por Ricardo Santos na corrida de atribuição de medalhas) tinham tido a sua dose de euforia na meia-final. Logo aí bateram o recorde nacional (2:59.70) e beneficiaram da desqualificação do Brasil e da Austrália para seguirem em frente. Os portugueses chegaram muito além do que era suposto e lançaram o alerta quanto à necessidade de lhes continuarmos a prestar atenção.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: fsmartins@expresso.impresa.pt