O ex-campeão paralímpico, Oscar Pistorius, não vai sair em liberdade condicional, deliberou uma comissão que analisou o comportamento do sul-africano, assim como o estado mental e físico e ainda o risco de reincidência. O ex-atleta foi condenado pela morte da namorada, Reeva Steenkamp, ocorrida há pouco mais de 10 anos.
Na terça-feira ficou a saber-se que Pistorius, beneficiando da lei sul-africana que prevê uma reavaliação da condenação após cumprimento de metade da pena, poderia sair em liberdade condicional. Mas, de acordo com o “The Guardian”, a comissão responsável pelo caso revelou que o ex-atleta ainda não cumpriu o período necessário de pena para estar apto a sair em liberdade condicional. A decisão ocorreu nos subúrbios de Pretória, num estabelecimento onde Pistorius está preso.
“Foi negada [a libertação condicional] e será ponderada novamente daqui a um ano”, revelou, à Agence France-Press, Tania Koen, a advogada da família de Steenkamp.
Em novembro de 2017, o antigo atleta, hoje com 36 anos, foi condenado em segunda instância a 13 anos e cinco meses de prisão pela morte de Steenkamp, uma modelo e estudante de direito que atingiu com quatro tiros através da porta da casa de banho de casa. Mais tarde explicou que achava que se tratava de um intruso. O crime ocorreu em fevereiro de 2013.
Os pais de Reeva, June e Barry, continuam a considerar que Pistorius não contou a verdade toda sobre o incidente e que não demonstrou remorsos, conta ainda o diário britânico. “Embora aceitemos a decisão de hoje, não há razões para celebração”, disseram os pais de Steenkamp, numa reação via advogado. “Sentimos tremendamente a falta da Reeva e assim será até ao resto das nossas vidas. Acreditamos na justiça e esperamos que continue a prevalecer.”
O legado de Oscar Pistorius no desporto é impactante. Blade Runner, como é conhecido por ter próteses de lâmina carbono no lugar das pernas, foi campeão paralímpico dos 200 metros nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, onde angariou ainda um bronze nos 100 metros. Em Pequim, em 2008, conquistou o ouro nos 100, 200 e 400 metros. Quatro anos depois, o sul-africano correu para a medalha de prata nos 200 metros, em Londres, naquela que foi a sua derradeira aparição.
