Começa a ser difícil acompanhar Diogo Ribeiro. Não só para os adversários dentro de água mas também quem cá fora vai contando a catadupa de feitos do jovem de 18 anos. Na quinta-feira, em pleno arranque dos Campeonatos Nacionais, no Funchal, o atleta de Coimbra bateu o recorde nacional dos 50 livres, garantindo desde logo um lugar nos Jogos Olímpicos de Paris, daqui a pouco mais de um ano. Foi o primeiro atleta nacional a consegui-lo e para ele será uma estreia no maior palco do desporto mundial.
Na manhã desta sexta-feira, o jovem de 18 anos nem esperou pela final: logo nas eliminatórias dos 100 livres bateu novo recorde nacional, com direito a mais uma vaga em Paris 2024. O tempo de 48,01 segundos daria para chegar à final nos Jogos de Tóquio.
Mas Diogo queria mais - a manhã era apenas um aquecimento para o objetivo de quebrar uma barreira. “Estou contente. Recorde nacional, marca que é mínimos para os Jogos e Mundiais, mas espero fazer melhor de tarde, nas finais, porque quero os 47 segundos”, frisou em declarações ao site da Federação Portuguesa de Natação (FPN), lembrando que necessitava de “puxar e melhorar” os aspectos em que havia falhado e deixando um rebuçado em forma desejo e potencial história para a grande prova de julho: “Este 48,01 já me faz sonhar com medalhas nos Mundiais”.
E a tal barreira psicológica dos 47 segundos, à qual nenhum português havia feito cócegas, caiu mesmo durante a tarde. Na final, o ganho foi marginal, mas valeu novo recorde nacional, com 47,98s, mais do que suficiente para garantir o título nacional, à frente de Miguel Nascimento, seu colega no Benfica, e de Tiago Costa, do Sporting.
Em agosto, no pódio dos Europeus absolutos
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“Menos três centésimos apenas, de 48,01 nas eliminatórias para 47,58 mas a felicidade é enorme. É o tempo que penso que estaria a fazer no Mundial de juniores do ano passado e ter confirmado agora o que pensava é espectacular”, disse à FPN. De recordar que em setembro, nos Mundiais de juniores em Lima, no Peru, Diogo Ribeiro desistiu de participar nesta distância, já que as meias-finais se disputavam pouco mais de 20 minutos antes da final dos 50m mariposa, em que o português acabaria por bater o recorde mundial do escalão.
“Neste momento, o fundamental é estar a nadar bem, tanto tecnicamente como com muita força”, afirmou ainda o fenómeno, explicando que da manhã para a tarde alterou a chegada, o que lhe permitiu bater mais um recorde: “Fiz os últimos 10 metros sem respirar e em braçada de 50 metros com braço esticado e isso penso que fez a diferença”.
Neste Campeonatos Nacionais, Diogo Ribeiro ainda vai participar nos 100 e 50 mariposa. Apenas a distância mais longa é olímpica.
Camila Rebelo junta-se a Diogo
Entretanto, a natação portuguesa tem garantido mais um nome para os Jogos Olímpicos de 2024. Trata-se de Camila Rebelo, que venceu os 200 metros costas no Open de Espanha, estabelecendo um novo recorde nacional (2:09.84), que é marca de qualificação para Paris.