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Meia Maratona de Lisboa garante que pessoas em cadeiras de rodas não voltarão a ser impedidas de participar na prova

O Maratona Clube de Portugal culpou em problemas de comunicação, alguma falta de sensibilidade dos responsáveis no terreno e questões de segurança Após denúncias da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL) e da Iron Brothers de que várias pessoas foram excluídas, no domingo, da prova que atravessa a ponta 25 de abril

Lusa

NUNO FOX

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O Maratona Clube de Portugal garantiu, esta segunda-feira, que as pessoas em cadeira de rodas vão poder participar em futuras edições da Meia Maratona de Lisboa, depois de no domingo terem sido excluídas da prova devido a questões de segurança.

Em comunicado, o Maratona refere ter reunido com responsáveis da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL) e da Iron Brothers – Irmandade de Ferro, que contestaram o facto de antes da prova várias pessoas em cadeira de rodas terem sido impedidas de atravessar a Ponte 25 de Abril, quando estavam à frente do pelotão popular.

Segundo o organizador da prova, na reunião foi explicado “que as limitações se deveram apenas a questões de segurança decorrentes da especificidade do tabuleiro da ponte 25 de Abril, da salvaguarda da integridade física de todos os participantes” e manifestada abertura para trabalhar em conjunto com as duas instituições “para que, na próxima edição, se encontre uma fórmula que, garantindo a segurança, [permita que] a prova possa contar com a sua participação”.

O Maratona garante ter pedido desculpas pelo “incidente em que se viram envolvidos alguns jovens da Associação” e recorda ter sido “pioneiro na inclusão de atletas com descapacidade em todas as suas provas.

“Infelizmente, problemas de comunicação, alguma falta de sensibilidade dos responsáveis no terreno e as questões de segurança, já mencionadas, contribuíram para um incidente que nunca devia ter acontecido”, indica o clube, acrescentando que “a prova sairá reforçada do contributo e do trabalho conjunto” que irá ser desenvolvido com as associações e as restantes autoridades que participam na organização da prova.

A reunião surgiu depois da APCL ter denunciado que um grupo de pessoas em cadeira de rodas foi impedido de participar na prova, “com o argumento de que o regulamento não permite a participação de pessoas em cadeira de rodas”.

Também em comunicado, o Maratona recordou que “a não participação de concorrentes em cadeiras de rodas, cadeiras de bebés e outros equipamentos nas provas deste domingo se deve exclusivamente a questões de segurança e em consequência de incidentes graves ocorridos em edições anteriores”.

Os etíopes Nibret Melak e Almaz Ayana foram os vencedores, entre a elite, da 32.ª edição da Meia Maratona de Lisboa, que, no domingo, contou com 11.158 finalistas da distância, 10 mil na prova de 10 quilómetros e cerca de 500 na de sete.