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É contra a Suécia, campeã europeia de andebol, que Portugal tem de ganhar para seguir no Mundial: “São os jogos que dão mais pica”

António Areia, marcador de nove golos em 10 remates na partida anterior e eleito MVP, defendeu que “a recuperação defensiva” da seleção “logo após um golo ou ataque” serão muito importantes no último jogo da main round do Mundial de andebol, este domingo, contra a Suécia (19h30, RTP2). Portugal tem de vencer para chegar aos ‘quartos’ do Campeonato do Mundo

Lusa

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O ponta António Areia disse hoje que Portugal tem que ser “eficaz” e “estar bem na defesa” para contrariar o jogo rápido da Suécia e poder lutar pelo apuramento para os quartos de final do Mundial de andebol.

Portugal ocupa a segunda posição do Grupo II da fase principal do Mundial, liderado pela invicta coanfitriã e campeã europeia Suécia, já apurada, e está dependente do resultado de domingo, em articulação com os restantes jogos, para garantir a passagem à fase a eliminar.

“Temos de jogar o nosso melhor andebol e ser bastante certos nas várias fases do jogo, controlar ao máximo, ser eficazes e ter uma boa defesa e uma boa recuperação defensiva”, adiantou o experiente António Areia, de 32 anos.

Considerado o ‘homem do jogo’ na vitória sobre Cabo Verde (35-23), com nove golos em 10 remates, António Areia refere ainda que, para contrariar o jogo rápido da Suécia, a seleção portuguesa “vai ter que ser capaz de correr para trás”.

“Logo após golo ou um ataque menos conseguido, acho que a nossa recuperação defensiva e a nossa defesa vão ser aspetos muito importantes para o jogo de amanhã [domingo, pelas 19:30 em Lisboa]”, acrescentou o ponta direito do FC Porto.

António Areia, que recebeu a distinção de ‘homem do jogo’ no jogo com Cabo Verde das mãos do primeiro-ministro António Costa, que assistiu ao jogo em Gotemburgo, salientou a importância do jogo com a Suécia, para a continuidade de Portugal na prova.

“É um facto que estes são os jogos que nós mais gostamos de jogar. São os que dão mais pica, com mais emoção e, geralmente, são decididos em pormenores que podem fazer toda a diferença”, referiu António Areia.

O jogador adiantou que a equipa está bastante motivada e sente que é capaz de ganhar e passar aos quartos, porque acredita muito no trabalho que fez até agora e no que tem preparado para fazer durante o jogo de domingo, em Gotemburgo.

Questionado se a equipa iria acusar o facto de a Suécia jogar em casa, na Scandinavium Arena, com capacidade para 12 mil pessoas, António Areia disse que só durante o jogo é que se iria saber se ia lidar bem ou não com essa situação.

“Esses ambientes são de aproveitar, porque nós estamos nos melhores palcos do mundo, com as melhores equipas do mundo, não há como dar a volta a isso, e temos que aproveitar o momento”, defendeu.

O ponta recordou ainda que a seleção portuguesa esteve numa situação semelhante em Malmo, no campeonato da Europa de 2020, em que venceu a Suécia, por uns expressivos 35-25, perante o seu público, na caminhada histórica para o sexto lugar.

“Claro que as competições são diferentes e os jogos também são diferentes, mas já chegamos a este jogo com mais experiência e acho que isso também pode se bastante favorável para nós”, considerou António Areia.

O jogador reconhece que “a atual seleção da Suécia é diferente da de há dois anos, tal como Portugal”, que “está mais forte, mais experiente e com novos jogadores, que já estão plenamente integrados”.

António Areia disse ainda que, “após não ter começado bem o Mundial”, com uma derrota com a Islândia (30-26), a seleção portuguesa “tem vindo a crescer e, neste momento, depende apenas de si para chegar aos quartos de final”.

“Nós somos lutadores e no final queremos ser conquistadores”, finalizou o ponta.

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