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Taekwondo acusado de ter entrado no programa olímpico por “comprado” membros do Comité Olímpico com presentes e dinheiro

A denúncia de um alegado esquema de corrupção ocorrido antes dos Jogos de Sydney, em 2000, foi feita por um antigo diretor de marketing da Federação Internacional de Taekwondo, via um artigo que escreveu para o jornal inglês “The Times”, publicado esta quinta-feira

Lusa

Rui Bragança a competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020

Maja Hitij/Getty

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A Federação Internacional de Taekwondo garantiu, esta quinta-feira, não ter “absolutamente nenhum conhecimento” de factos que corroborem a acusação de um seu ex-responsável de que a modalidade passou a integrar, em 2000, o programa dos Jogos Olímpicos devido a subornos.

A denúncia foi feita num artigo do jornal “The Times” pelo sul-coreano Ho Kim que, antes de Sydney 2000, foi o diretor do marketing e relações públicas do organismo e assumiu ter estado diretamente envolvido numa campanha de corrupção.

"Não temos absolutamente nenhum conhecimento das acusações contra os antigos dirigentes de há mais de 30 anos", assegurou a federação, em comunicado enviado à agência France-Presse.

Ho Kim, de 66 anos, disse que membros do Comité Olímpico Internacional (COI) foram comprados com dinheiro ou presentes para garantir que a disciplina, modalidade de demonstração em Seul1988, passasse a integrar o programa dos Jogos Olímpicos, na sequência de votação em congresso do COI em 1994.

“O taekwondo tornou-se desporto olímpico em Sydney 2000 por causa disso”, revelou Ho Kim ao “The Times”, falando sobre a arte marcial com origem no seu país. Agora, a federação internacional pede evidências das incriminações, para que o seu comité de integridade possa “fazer uma investigação completa” às alegações.

“Por isso, não seria apropriado comentar mais até que a investigação seja concluída. Enquanto isso, a World Taekwondo continua a manter os mais altos padrões de boa governança e integridade na administração global do nosso desporto", vincou a instância.

Por sua vez, o COI assegurou que “até ao momento o senhor Ho Kim ainda não forneceu qualquer informação” sobre o sucedido, recordando que quem tiver dados que questionem uma boa governança devem ser enviados à sua comissão de ética.