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Europeus de atletismo. Patrícia Mamona fica a quatro centímetros do pódio na final do triplo

Depois de fazer o segundo melhor registo na qualificação, a vice-campeã olímpica era uma das favoritas às medalhas e andou sempre na luta. Acabaria em 5.º, num concurso renhidíssimo para o bronze, com a marca de 14.41, próxima do melhor da época

Lídia Paralta Gomes

ANDREJ ISAKOVIC/Getty

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Depois de fazer o segundo melhor registo na qualificação, a vice-campeã olímpica era uma das favoritas às medalhas e andou sempre na luta. Acabaria em 5.º, num concurso renhidíssimo para o bronze, com a marca de 14.41, próxima do melhor da época

A temporada de ressaca do extraordinário resultado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em que foi vice-campeã olímpica, não tem sido fácil para Patrícia Mamona, com alguns problemas físicos a impedirem que a portuguesa se apresente nas grandes competições no seu melhor. Em 2021, havia sido ainda campeã da Europa indoor, no Japão bateu o seu recorde pessoal, tornando-se numa de apenas 25 mulheres a alguma vez ultrapassar os 15 metros (juntou-lhe mais um centímetro), mas em 2022 quedou-se pelo 6.º lugar nos Mundiais indoor, em Belgrado, sendo 8.ª nos recentes Mundiais ao ar livre em Eugene - ainda assim a melhor europeia.

Para os Europeus de Munique, os astros pareciam estar mais alinhados. Mesmo partindo para a Alemanha sem expectativas ou “perspetivas positivas ou negativas”, como confessaria, o salto de 14,45 na qualificação, a sua melhor marca do ano - e segunda melhor da qualificação -, colocava Mamona como uma das candidatas a medalhas, quem sabe até a repetir o título europeu de 2016, em Amesterdão.

E uma nova medalha em Campeonatos da Europa ficou realmente perto: Mamona foi 5.ª mas a apenas 4 centímetros do bronze, num concurso renhidíssimo para o 3.º lugar, que foi consecutivamente ocupado por atletas diferentes. A portuguesa fez 14.41 ao 4.º salto, que não chegou para ultrapassar a israelita Hanna Minenko, bronze com 14.45, e a alemã Neele Eckhardt-Noack, com 14.43.

O concurso foi tomado de assalto por uma super Maryna Bekh-Romanchuk, a ucraniana que abriu o concurso logo com o recorde pessoal de 14.81, que melhoraria ainda para os 15.02, entrando assim no restrito grupo de elite das mulheres que já voaram para lá dos 15 metros. Uma medalha de ouro recebida com muita emoção e lágrimas pela atleta ucraniana e pela sua equipa, depois de já em Munique ter perdido o bronze no comprimento na última ronda de saltos.

A prata foi para uma surpreendente Kristiina Makela, que bateu o recorde nacional da Finlândia (14.64).

Uma época que devia estar agora a começar

Os problemas físicos não largaram Patrícia Mamona nos últimos meses e no final admitiu aos microfones da RTP que “só há duas semanas” começou a treinar “como deve ser”.

“Dá vontade que a época só comece agora”, lamentou entre sorrisos a atleta de 33 anos, que ainda assim esperava levar mais de Munique. “Obviamente que queria um bocadinho mais e sinceramente acreditava que havia possibilidade de isso acontecer. Estive a lutar sempre por um salto que me desse uma medalha, infelizmente não saiu”, disse.

Mamona diz-se, no entanto, “feliz” por finalmente estar a voltar de novo à melhor forma. “Para o ano há mais campeonatos e estou a sentir-me bem. Se me mantiver saudável esses saltos vão sair. Sempre a pensar positivo e para a frente”, afirmou, já de olho na próxima temporada.