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Juíza federal da Califórnia deu nega aos golfistas da LIV que queriam competir na pós-época da PGA Tour

A magistrada tomou a sua decisão depois dos advogados de ambos os lados terem reunido durante uma hora. Beth Freeman disse não considerar que os golfistas enfrentassem danos irreparáveis ao não participar na pós-época, por causa do dinheiro que garantiram ao juntar-se à LIV

Carlos Luís Ramalhão

Jonathan Ferrey/LIV Golf/Getty

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A juíza federal da Califórnia Beth Freeman negou aos golfistas da LIV a pretensão de participarem na pós-época da PGA Tour. Os advogados de ambas as partes estiveram reunidos durante uma hora, para depois ouvirem a deliberação da magistrada, que disse não considerar que os atletas enfrentassem danos irreparáveis por não entrarem na competição, por causa do dinheiro que receberam ao juntar-se à LIV. “Não há qualquer dano irreparável neste caso”, disse o representante da PGA Tour, Elliot Peters, citado pela Associated Press (AP).

Os três golfistas suspensos buscavam uma medida cautelar, negada por Freeman. Talor Gooch, Matt Jones e Hudson Swafford alegavam que deveriam poder jogar onde quisessem. Nas cartas enviadas pelos três à PGA Tour, em julho, podia ler-se: “Eu sou um agente livre e um trabalhador independente”. Há pelo menos mais sete jogadores, entre os quais Phil Mickelson, que tentam processar a PGA.

O representante dos golfistas, Robert Walters, assinalou que a participação na pós-época da PGA seria uma boa possibilidade para os seus representados num cenário de grandes ordenados, “efetivamente a Super Bowl do golfe”, devido às suas “significativas oportunidades financeiras”. A juíza respondeu que o potencial de ganhos da LIV Golf era também elevado e perguntou se os jogadores teriam sido capazes de esperar até ao final da temporada PGA para saírem e juntarem-se ao circuito fundeado por sauditas, conta a AP.

“Esta é uma oportunidade financeira extraordinariamente atrativa, mas é muito mais do que isso”, disse Walters, acrescentando que o pior para os jogadores é “a perda de benefícios intangíveis”, como as qualificações para os torneios mais importantes, ou a participação noutras provas por convite. “É o ‘cálice sagrado’ porque todos querem participar e ter sucesso em majors”, explicou o representante dos golfistas.

Walter alegou ainda que a PGA Tour deu a ideia de que estes profissionais do golfe iriam “manchar” o circuito tradicional ao jogarem, possivelmente, com equipamento onde se poderia ler “LIV Tour”. “Estamos desiludidos que Gooch, Swafford e Jones não sejam autorizados a jogar golfe. Ninguém ganha ao proibir jogadores de jogarem”, disse a LIV Golf numa declaração divulgada pela AP.

Elliot Peters considera que permitir a participação destes jogadores em provas PGA dar-lhes-ia uma grande oportunidade para promover o projeto rival. “Penso que é um problema grave. O comissário tem de manter a capacidade de proteger o Tour. É uma situação terrível para o Tour”, disse Peters.

O comissário da PGA Tour, Jay Monahan, enviou uma mensagem aos membros, onde dizia: “Com as notícias de hoje, os nossos jogadores, fãs e associados podem agora focar-se no que realmente interessa nas próximas três semanas, os melhores jogadores do mundo em competição nos FedEx Cup Playoffs”. A prova seria o principal desejo dos golfistas da LIV.