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PGA Tour processada por Phil Mickelson e outros golfistas agora ligados à LIV Golf, que se queixam de restrições anticompetitivas

Uma queixa assinada por 11 jogadores deu entrada em tribunal. O motivo é o conjunto de castigos impostos pela PGA Tour aos golfistas que participarem em eventos organzados pela LIV Golf, o novo circuito alternativo financiado por sauditas

Expresso

Charles Laberge/LIV Golf

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A PGA Tour está a ser processada por 11 jogadores, incluindo Phil Mickelson, que trocaram a organização tradicional do golfe mundial pela nova LIV Golf, alternativa financiada por dinheiro de um fundo de investimento estatal da Arábia Saudita. A queixa contesta as suspensões e outras medidas restritivas utilizadas para castigar aqueles que assinem com a nova organização, escreve o “New York Times”.

O jornal norte-americano explica que o processo foi entregue na quarta-feira, no Tribunal Distrital do Norte da Califórnia. O documento alega que a PGA Tour está a controlar os jogadores de forma injusta, com restrições anticompetitivas para proteger o seu monopólio do golfe profissional. Na queixa, pode ler-se que a ATP Tour “tentou prejudicar” as carreiras e as vidas dos jogadores em causa.

Nomes como Talor Gooch, Hudson Swafford ou Matt Jones tentam ao mesmo tempo que os deixem participar nos play-offs da FedEx Cup, os eventos de fim de temporada da PGA Tour. “O castigo que iria prejudicar estes jogadores por não poderem jogar nos play-offs da FedEx Cup é substancial, é necessário avançar com uma medida cautelar para prevenir o prejuízo irreparável que resultaria da não-participação”, lê-se no documento.

Tiger Woods criticou duramente o formato da LIV e aqueles que abandonaram a PGA, dizendo: “Eles viraram as costas ao que lhes permitiu chegar a esta posição”. O lendário golfista terá recusado uma oferta de aproximadamente 700 milhões de dólares para assinar pela LIV, de acordo com Greg Norman, também ele um ex-PGA que é agora diretor-executivo da organização de origem saudita.

O circuito da LIV Golf é financiado pelo fundo soberano da Arábia Saudita, supervisionado pelo príncipe Mohammed bin Salman, e tem alimentado a chama dos protestos pelos direitos humanos, que acusam o país árabe de usar o desporto para lavar a sua reputação - fenómeno conhecido por sportswashing.

Em junho, a PGA Tour suspendeu a participação de vários jogadores em eventos da organização rival. Numa carta, o comissário da PGA, Jay Monahan, ameaçou quaisquer membros que estivessem a planear voltar a participar em provas do circuito tradicional de que iriam enfrentar uma eventual expulsão.

O processo diz que a PGA Tour, entre outras coisas, está a impedir a competição vigorosa, a compensação ajustada e a negar que os jogadores da LIV tenham o direito de escolher os agentes para os seus serviços. Monahan já anunciou que a PGA está a preparar a resposta judicial.