Na partida frente ao Mónaco, os adeptos do Sparta de Praga tinham provocado Aurelien Tchouameni com insultos racistas. A UEFA não perdoou e decretou que o jogo frente ao Rangers seria disputado de bancadas vazias. Com uma pequena exceção: foi autorizada a entrada de 10 mil crianças locais, todas abaixo dos 14 anos.
Não era esperado que os menores dessem continuidade à “missão” destrutiva dos adultos. Escolhido o alvo – Glen Kamara – as crianças nas bancadas aproveitaram cada toque do internacional finlandês na bola para o apuparem. O jogador do Slavia de Praga Ondrej Kudela já tinha proferido insultos racistas ao futebolista do Rangers no passado.

MICHAL CIZEK
Jordan Campbell, jornalista do “The Athletic”, estava no estádio. “Não há nada mais deprimente do que isto,” desabafou Campbell sobre a atitude das crianças. Kamara acabou por ser expulso a 15 minutos do fim. Antes do jogo, cumpriu a já tradicional cerimónia de homenagem às vítimas do racismo e ajoelhou-se no relvado.
O treinador do Rangers e antiga estrela do Liverpool, Steven Gerrard, confessou: “Não me apercebi [dos apupos] porque estava concentrado no jogo. Se aconteceu de facto estou extremamente desiludido, embora não surpreendido”. Os campeões escoceses acabaram por perder o jogo por 1-0, o que deve ter dado mais confiança às crianças. E aos seus pais.