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Liga dos Campeões

Nuno Tavares e o bate-boca com Rúben Amorim: “Em vez de mandar ‘boquinhas’, devia preocupar-se em manter os jogadores em campo”

No primeiro dos jogos em que o Sporting teve jogadores expulsos, houve uma altercação verbal entre Nuno Tavares e o Rúben Amorim sobre o qual o lateral esquerdo do Marselha voltou a falar, na quarta-feira à noite, criticando o treinador de os leões terem jogado apenas 132 de 180 minutos em igualdade numérica: “Às vezes, quando se cospe, acaba por cair na testa”

Diogo Pombo

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O desacato verbal começou em Marselha, onde e quando o Sporting já perdia no jogo da terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, com um bate-boca entre Nuno Tavares e o banco de suplentes da equipa portuguesa. No desfecho da partida, o lateral esquerdo deu conta da insatisfação: “Fiquei muito triste com algumas bocas que recebi por parte do banco do Sporting, não estava à espera pelo carinho que tenho pelo Sporting, mas pronto, espero que o próximo jogo seja melhor”. Foi o início de uma leva de recados deixados em flash interviews ou conferência de imprensa que, esta quarta-feira, teve mais um capítulo.

Enquanto Rúben Amorim foi amenizando o sucedido, menorizando o episódio quando questionado publicamente sobre ele, o jogador português que, em 2021, o Benfica vendeu ao Arsenal para ser emprestado ao Marselha, jamais poupou nas palavras sobre a altercação. Na conferência de antevisão ao encontro desta quarta-feira, Nuno Tavares disse: “Se tinha respeito por ele, acabei de o perder nesse jogo. Se achou que foram palavras bonitas, isso é com ele”.

O internacional sub-21 português desvalorizou a hipótese de o sururu verbal lhe dar motivação extra para o novo jogo entre as equipas, na jornada da Champions que sempre repete os encontros da fornada anterior. “Não é uma motivação extra. Isso é poder acordar e jogar futebol todos os dias”, resumiu, mencionando ainda o facto de o treinador do Sporting não ter abordado o assunto quando o visaram com perguntas: “Óbvio que ele não quis falar sobre isso, não lhe convém, sabe o que disse”.

Na quarta-feira à noite, em Alvalade, findo nova partida entre as equipas que voltou a culminar em vitória para o Marselha, o lateral esquerdo aproveitou outra ocasião com um microfone diante da boca para alfinetar o tema, tocando no facto de, em 180 minutos de duelo, o Sporting ter contabilizado 138 a competir com (pelo menos) 10 futebolistas em campo - em Marselha, o guarda-redes Antonio Adán foi expulso aos 23' e, em Lisboa, o lateral Ricardo Esgaio replicou o feito aos 19'.

Comparecendo, uma vez mais, na flash interview, Nuno Tavares voltou a ser questionado acerca da divergência com Rúben Amorim e pegou na inferioridade numérica repetente. “Dentro de campo ainda tentou atiçar-me um bocadinho, mas acho que devia preocupar-se mais em manter os jogadores dele dentro de campo do que mandar ‘boquinhas’”, atirou o português, que foi titular em ambos os jogos na ala esquerda do Marselha.

O treinador do Sporting seria, também, sondado sobre a polémica, dizendo apenas que cumprimentou Nuno Tavares “à saída” e “o assunto está encerrado”. Mas o lateral que tem sido titular no Marselha durante este primeiro terço de época ofereceu um desfecho menos sorridente para o tema quando questionado sobre hipotéticas pazes feitas entre os dois. “Não tenho de as fazer, como disse, tentou mandar-me umas ‘boquinhas’ dentro de campo, nem liguei, tenho mais coisas com que me preocupar”, reforçou.

E o jogador ainda acrescentou uma frase: “Às vezes, quando se cospe, acaba por cair na testa”.

  • O jogo não acabou em nove minutos, acabou em dez
    Sporting

    Rúben Amorim avisou de véspera que na Champions não dá para relaxar, sob pena de se perderem jogos em nove minutos, como aconteceu há uma semana em Marselha. Na volta do correio, não foi em nove minutos que o Sporting se desintegrou: foi em dez, com tudo a começar com uma expulsão imprudente de Ricardo Esgaio. À meia-hora, os franceses já venciam pelo 2-0 com que terminaria o duelo e jogavam com mais um e o Sporting ainda teria mais um vermelho (de Pote), fruto de uma equipa de cabeça perdida