Como já tem sido hábito, a China e os Estados Unidos são os países que, até agora, venceram mais medalhas. Mas a verdade é que esta edição dos Jogos Olímpicos ainda não parou de surpreender. Entre medalhados e eliminados improváveis, há duas regiões que arrecadaram, em Tóquio, as primeiras medalhas de ouro olímpicas da sua história: Bermudas e Filipinas.
Do lado das Bermudas, um território insular britânico no Atlântico norte, foi Flora Duffy quem fez história na prova olímpica de triatlo. A atleta dominou a prova na sua totalidade, entre a natação, ciclismo e corrida, deixando para trás a britânica Georgia Taylor-Brown, que venceu a medalha de prata, e a norte-americana Katie Zaferes, a quem foi entregue o bronze.
Num dia que teve como primeiro desafio a chuva e o vento que se fizeram sentir, e que provocaram o atraso da partida, Duffy terminou a prova em 1:55:36, tornando-se, assim, a primeira medalhada de ouro com origem nas Bermudas, que enviou apenas dois atletas aos Jogos.
Depois de nadar ao longo de 1500 metros, pedalar 40 quilómetros e correr mais 10, Duffy falou com os jornalistas sobre o feito histórico. “Acho que [a medalha] é maior do que eu”, afirmou, realçando o efeito inspirador da conquista. “Vai inspirar os jovens das Bermudas e mostrar que ser de uma pequena ilha e competir num palco mundial é realmente possível”, concluiu.
Esta é a segunda medalha olímpica para esta ilha, sendo que a primeira foi de bronze, ganha por Clarence Hill nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. As Bermudas juntam-se a outros cinco países mais pequenos que conseguiram chegar ao ouro nas suas passagens pelos Olímpicos. São eles o Luxemburgo, Bahamas, Suriname, Granada e Liechtenstein.
A vitória de Duffy veio na sequência de um outro momento histórico, desta vez para as Filipinas: Hidilyn Diaz venceu, no torneio de halterofilismo, a primeira medalha de ouro do país que participa nos Jogos Olímpicos há quase 100 anos, desde 1924.
Diaz já tinha ficado perto do ouro nos Jogos do Rio de Janeiro, onde não foi além da prata, mas em Tóquio conseguiu vingar esse momento. A halterofilista estabeleceu, ainda, um recorde olímpico numa prova que só ficou decidida no último levantamento, quando conseguiu carregar um total combinado de 224 quilogramas.
A fechar o pódio da competição na categoria de -55 quilogramas estão Qiuyun Liao, da China, e Zulfiya Chinshanlo, do Cazaquistão.
Diaz é a segunda atleta das Filipinas a conseguir vencer mais do que uma medalha nos Jogos Olímpicos. O primeiro foi o nadador Teofilo Yldefonzo.