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Depois de ser despejado, Ssekitoleko fugiu em Tóquio para trabalhar e tentar a sorte: agora está detido no Uganda sem acusações

O halterofilista, de 20 anos, está a ser investigado por “fraude”, por ter viajado para os Jogos Olímpicos, no Japão, sem estar qualificado. “A questão fundamental é: ele foi parte de uma fraude como conspirador?”, questionou o porta-voz da Direcção de Investigações Criminais do Uganda

Tribuna Expresso

Dean Mouhtaropoulos

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Foi dado como desaparecido no dia 16 de julho. Julius Ssekitoleko, um halterofilista do Uganda que viajou para Tóquio como reserva, deixou tudo para trás no hotel em Izumisano, Osaka, incluindo uma nota: queria tentar a sorte no Japão e procurar trabalho. Ele e a mulher, grávida de cinco meses, tiveram dificuldades recentemente para pagar a renda e foram despejados.

Quatro dias depois, na terça-feira (20 julho), já havia sido localizado e interrogado pelas autoridades japonesas.

Agora, alguns dias depois de retornar ao país africano, está detido sem qualquer acusação. A história está no “New York Times”, que explica ainda que a Constituição ugandesa só permite detenções até 48 horas, sendo depois o indivíduo em causa ouvido por um juiz ou libertado.

Ssekitoleko, de 20 anos, está detido desde sexta-feira.

De acordo com o jornal norte-americano, o atleta está a ser investigado por “fraude”, por ter viajado para os Jogos Olímpicos, no Japão, sem estar qualificado. “A questão fundamental é: ele foi parte de uma fraude como conspirador?”, questionou o porta-voz da Direcção de Investigações Criminais do Uganda, Charles Twiine, em conferência de imprensa, na segunda-feira.

Aquele porta-voz admitiu ainda o cenário mais provável: Ssekitoleko deverá sair sob fiança. De que crimes poderá ser acusado? Twiine não disse. Quando será libertado ou ouvido por um juiz? Não se sabe.

O advogado da família, diz ainda o periódico norte-americano, já exigiu a libertação imediata e incondicional do jovem halterofilista.

Já Juliet Nalwadda, a mulher de Julius, fez um apelo àqueles que podem apoiar o marido. “Ele ama tanto o desporto. Eu tentei e falhei convencê-lo a largar porque não recebe dinheiro nenhum com isso.”