Ao chegar aos respetivos quartos, na Aldeia Olímpica, os atletas deram de caras com camas um pouco diferentes do que esperavam. Feitas de cartão, causaram alguma estranheza, nomeadamente no que diz respeito à durabilidade. Apesar de os objetivos serem, acima de tudo, a sustentabilidade – pela primeira vez nuns Jogos Olímpicos, as camas são feitas de material renovável – levantaram-se algumas teorias acerca do verdadeiro objetivo destas peças de mobiliário.
Foram partilhadas muitas imagens nas redes sociais e alimentadas as mentes mais criativas, ainda que as teorias possam ser um pouco rebuscadas. Paul Chelimo, atleta americano, usou o Twitter para refletir acerca da resistência das camas. Sendo feitas de cartão, dificilmente aguentam o peso de duas pessoas. Em tempo de pandemia, sugere-se o distanciamento e, como já devem ter todos reparado, sem proximidade não há sexo. Ou seja, Chelimo especulou que o objetivo seria “evitar intimidades entre os atletas”. A ideia espalhou-se rapidamente e as camas passaram a ser rotuladas como “anti-sexo”.
Um ginasta irlandês, Rhys McClenaghan, apressou-se a classificar a teoria como “fake news”. E não se ficou por aí. O atleta publicou um vídeo no Twitter com o próprio a saltar em cima da sua cama para mostrar a resistência da mesma. A conta oficial dos Jogos Olímpicos no Twitter partilhou o vídeo do irlandês, agradecendo-lhe por “acabar com o mito”.
A verdade é que as camas de cartão que vão servir para que os atletas olímpicos e paralímpicos descansem – ou não – foram anunciadas antes de o mundo ter sido atingido pela pandemia e o distanciamento social ser globalizado. Sem isso, não se entende por que motivo a organização quereria evitar o exercício físico de proximidade entre atletas.
Contudo, segundo o “New York Times”, a verdade é que, num guia sobre medidas de segurança durante os Jogos, é dado a entender que a organização prefere que os atletas durmam sozinhos. O conselho é “evitar formas desnecessárias de contacto físico como abraços, high-fives e apertos de mão”. Tirando os abraços, é quase nula a probabilidade de as duas outras formas de cumprimento serem exercidas por duas pessoas na mesma cama.
Desde Seul 1988 que as sucessivas organizações dos Jogos Olímpicos distribuem preservativos pelos atletas e Tóquio não será exceção, ainda que as autoridades já tenham vindo dizer que os métodos de contraceção só devem ser usados quando os atletas regressarem aos países de origem.