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Desconstruindo mitos sobre os treinadores e os tablets no futebol: “Se é possível transmitir imagens para o banco, por que não fazê-lo?”

Desconstruindo mitos sobre os treinadores e os tablets no futebol: “Se é possível transmitir imagens para o banco, por que não fazê-lo?”
Crystal Pix/MB Media
Procurando reunir o máximo de informação possível, as equipas técnicas muniram-se de ferramentas que lhes permitam, como se costuma dizer, decidir o jogo nos detalhes. Para isso, os bancos de suplentes estão cada vez mais equipados com gadgets usados em prol de um melhor rendimento. Quem vê de fora pode estranhar e criticar utilização dos ecrãs – que o diga João Pereira durante o seu curto pecúlio no Sporting – e por isso a Tribuna Expresso falou com analistas que vivem do trabalho com estas ferramentas

A omnipresença da maquinaria tornou-se num monstro impossível de vencer. Como em grande parte dos assuntos mundanos, a forma de conviver pacificamente com os dispositivos eletrónicos estará no equilíbrio entre o usufruto das virtudes e a prevenção do contágio dos maléficos efeitos por eles causados.

A trivialidade da tecnologia infiltrou-se até em áreas que estranhavam a presença de tais modernices. Enquanto atividade que dela passou a depender, o futebol está capacitado a tagarelar sobre o assunto. A videoarbitragem, o olho falcão, os sofisticados programas de análise de jogo ou o controlo da condição física dos jogadores concretizam uma relação de proximidade com ferramentas que, até há breves anos, tinham acesso vedado ao meio.

Os métodos cada vez mais geek abeiram-se do relvado, havendo casos em que até invadem os seus limites, tal como acontece com o colete GPS comummente colocado nos jogadores. Sobre os recursos que não violam as fronteiras do terreno de jogo, acendeu-se uma animada querela em torno dos tablets colocados nos bancos de suplentes. Críticos de João Pereira argumentaram que um pouco da culpa das modestas prestações do Sporting no breve período em que treinou os leões se deveu também às espreitadelas frequentes do treinador e dos seus adjuntos ao ecrã posto diante deles, no banco de suplentes.

A sensação de que estavam a ser conduzidos numa autoestrada por alguém a fazer scroll no telemóvel criou uma certa antipatia dos apoiantes do clube de Alvalade para com o recurso aos gadgets em pleno jogo. Na rede social X, alguns adeptos, uns mais irónicos do que outros, sugeriram uma petição para o fim do uso de tablets na área técnica. João Pinheiro respondeu à proposta com um animado “vou ficar sem emprego”.

Como nenhum raciocínio elaborado cabe em 280 caracteres, a Tribuna Expresso contactou o citado analista da equipa feminina do Torreense, que compete na Liga BPI, para saber mais sobre... tablets, as razões de poderem ser um ganha-pão e porque se criou o mito que olhar para eles é sinónimo de desatenção. Como aponta o técnico, muitas opiniões baseiam-se em “desconhecimento”.

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