Depois do triunfo, no prolongamento, do FC Porto contra o Famalicão, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, Pepe acusou Santiago Colombatto, argentino da equipa minhota, de lhe ter chamado “macaco”. As palavras do central dos dragões foram proferidas em declarações à RTP.
O internacional português disse que o médio lhe chamou “mono”, que significa “macaco” em espanhol, lamentando que o árbitro Manuel Mota não tivesse “coragem” porque, diz Pepe, o juiz “ouviu perfeitamente” o alegado insulto racista. O capitão do FC Porto, que classificou a atitude de Colombatto como “inadmissível”, já apresentou queixa à PSP.
Colombatto escreve que sucedeu algo “muito triste” no jogo, querendo “pensar que foi um equívoco” de Pepe, que não “ouviu corretamente” as suas palavras, mas que “analisando o comportamento posterior” do central tem “sérias dúvidas” sobre se terá sido esse o caso. O argentino alega ter dito, num tom “amigo”: “Me pegaste un patadón, boludo”, o que se poderia traduzir como: “Deste-me uma forte pancada, palerma”. O jogador do Famalicão alega que as imagens podem comprovar a sua versão.
Colombatto garante ter procurado Pepe, depois do encontro, nos balneários, tentando “esclarecer o sucedido”, mas diz que o português não o quis ouvir.
“Jamais tive uma atitude nem um comentário racista durante a minha carreira”, assegura o argentino, de 26 anos, que não “deixará” que o seu filho “escute da boca de alguém que o pai é racista”.
Colombatto, que sublinha várias vezes o respeito que tem por Pepe, pede que o central “reconheça o erro” para voltar a “ser uma referência” e estar “à altura do símbolo que defende”.
Logo depois do jogo, também João Pedro Sousa, técnico do Famalicão, defendeu o argentino. "Sejam jogadores, treinadores, dirigentes ou polícia, quem disse que ele chamou alguma coisa é mentiroso. É mentira. Sou testemunha, acredito no que o meu jogador disse e nem é preciso testemunha. É mentira”.