Aos 89 minutos do Rio Ave-Portimonense, com a equipa de Vila do Conde em vantagem por um golo, poucos esperavam que os algarvios empatassem – não o fizeram –, mas muito menos que algo insólito acontecesse no Estádio dos Arcos. Boateng tinha dado vantagem aos nortenhos na compensação da primeira parte e o marcador permanecia inalterado desde então. Até que Paulo Sérgio, técnico dos forasteiros, quis dar o tudo por tudo.
O antigo treinador do Sporting chamou dois suplentes, deu-lhes as normais indicações e, com autorização do quarto árbitro, os jogadores entraram em campo. O problema foi que, em vez de deixarem a relva apenas dois atletas, saiu também um terceiro. Paulo Estrela e Yago Cariello seguiram as instruções vindas do banco, mas Seck acabou por também sair. Reduzidos a 10 depois de Fahd Moufi ter sido expulso na primeira parte, os portimonenses ficaram momentaneamente a jogar com nove.
O jornal “A Bola” regista que, curiosamente, até foi nesse curto período que a equipa visitante teve a melhor oportunidade para recuperar a igualdade. Róchez cabeceou para a baliza, mas a bola raspou no poste e saiu.
No final, Paulo Sérgio assumiu o erro como seu: “Foi tudo da minha responsabilidade. Enfim, coisas do momento. Dei, ao nosso auxiliar, a indicação das alterações que iam ser feitas e ele seguiu, naturalmente, para a zona do meio-campo. Ia trocar o Yago, que estava desgastado, pelo Róchez, mas depois pensei (…) ‘Vamos com tudo’. Ficam os dois na frente, até porque já falta pouco’. (…) No meio de toda aquela emoção, ninguém transmitiu ao auxiliar a intenção de mudar a substituição”.