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Futebol nacional

Luís Freire: “A inspiração e a transpiração dos jogadores fez a diferença”

O treinador do Rio Ave era um homem orgulhoso do seu grupo depois da vitória, por 3-1, contra o FC Porto, em Vila do Conde, o que não acontecia há 18 anos

Expresso

Octavio Passos

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Jogo

“Como tenho vindo a dizer, os resultados são momentâneos, as exibições têm de ser mais consistentes. Estivemos bem na primeira parte, fomos agressivos na pressão, mandámos logo uma bola ao poste (ou foi uma grande defesa do guarda-redes). Vínhamos com isso em mente, de ser mais desafiadores neste tipo de jogo contra equipa grande. Quisemos pressionar e criar alguma intranquilidade na circulação de bola do Porto. Sabíamos que o Porto é uma equipa muito física, muito forte nos duelos, por isso incentivámos os nossos jogadores a superarem-se. Tinha de haver um espírito muito forte de superação. Preparámos as segundas bolas, preparámos o ataque à profundidade do Porto, tentámos ao máximo munir a nossa equipa contra uma equipa destas, fantástica. Tínhamos de nos superar.”

Jogo II

“Conseguimos fazer um primeiro grande golo, isso sim, tem de nos fazer trabalhar bem para fazermos golos destes. Conseguimos também sair em contra-ataque, com malta na frente muito rápida, a defesa estava muito consistente. Estávamos a dar algum espaço entrelinhas, o Porto conseguia explorar e tornava-se perigoso para nós, eles não iam sendo eficazes também, é a verdade. Conseguimos ligar o contra-ataque e ataque.”

Segunda parte

“Sabiamos que o Porto ia tentar reagir, mas nós queríamos o quarto golo, quem marca três pode marcar quatro e mais golos, assim tenha essa capacidade, qualidade e crer. Tentámos não baixar [a equipa] demasiado cedo, olhar para a baliza do adversário porque estas equipas, a perder, arriscam cada vez mais na frente, foi isso que o Porto fez com os três avançados. Mas mantivemo-nos coesos, lançámos malta muito rápida na frente para tentar criar mais intranquilidade e explorar espaço. Queríamos ter um bocadinho mais de bola, porque temos de crescer nestes jogos nesse sentido, penso que conseguimos suster o Porto com mérito dos jogadores e demérito dos avançados [deles], que iam falhando, mas faz parte. Fomos inteligentes na gestão do jogo. A vitória é justa, de uma equipa de crer, trabalho e qualidade. Parabéns aos meus jogadores, mereciam isto na semana passada, tiveram hoje, é um prémio justo. Ganhámos a uma grande equipa, aos campeões nacionais.”

Jogar melhor

“Fomos obrigados de vez em quando a baixar no terreno. O Porto tem esse ataque móvel fortíssimo. Eles vão encontrar espaço onde a gente quase não o consegue ver. Fizemos muito bem a pressão com o Fábio [Ronaldo] e Aziz, depois com o Pedro Amaral a subir, ganhando bolas e saindo bem. Depois, a inspiração dos jogadores e a transpiração dos jogadores fez a diferença. Estou orgulhoso deles. Queremos jogar cada vez melhor e vamos jogar cada vez melhor, com o apoio e compreensão de toda a gente, estamos a sair da II Liga. Hoje é a prova, os jogadores têm de acreditar mais e fazer o nome deles.”

O que vem aí

“Hoje é festejar, é o normal. É a primeira vitória deste grupo na I Liga, está contente como é lógico, mas sabemos que é uma maratona. Três pontos são bons, mas só são três, precisamos de muitos mais para fazer um bom campeonato. Temos de ir ganhar mais três para a semana. Tenho ali um grupo de homens que tem maturidade suficiente para perceber que isto do futebol é o momento e para a semana temos jogo.”

Sururu com Sérgio Conceição

“Estamos a falar de um dos melhores treinadores de sempre no futebol português, portanto respeito máximo, picardias normais no futebol. Desejo tudo bom ao Sérgio, como a todos os colegas. Da minha parte, tudo tranquilo, é futebol. Vivemos as emoções lá dentro, cá fora é outra vida.”