O Nacional da Madeira regressou aos treinos a 13 de abril. O Sporting fê-lo na passada terça-feira. Ambos os clubes aplicaram regras de distanciamento, como nunca deixar mais do que dois jogadores em campo e nas instalações, em simultâneo, mantendo as distâncias mínimas de segurança. O Sindicato dos Jogadores lamenta e critica, porém, que tenham decidido fazê-lo "unilateralmente" e "em pleno período de estado de emergência", quando "o protocolo a implementar para minimizar o risco de contágio da covid-19 ainda está a ser discutido" por especialistas e autoridades de saúde.
Dirigindo a crítica ao lote de "alguns clubes" - apontando, diretamente, o nome do Nacional da Madeira, mas não o do Sporting - que optaram por retomar os treinos, o Sindicato escreve, em comunicado divulgado esta quarta-feira, que essa decisão "poderia e deveria ter sido consensualizada entre todos os clubes, garantindo condições de igualdade, e deveria ter ocorrido findo o período de emergência".
A entidade acrescenta que, desse modo, se poderiam ter evitado "discordâncias públicas entre o parecer do médico e administração do clube, como aconteceu no caso do Nacional".
Entretanto, o jornal "A Bola" noticiou que, na próxima semana, os plantéis do Sporting de Braga e do Belenenses SAD também deverão regressar aos treinos.
Quanto ao regresso das competições, o Sindicato considera que "a época deve poder terminar", pois rege-se pelas orientações da FIFA, UEFA, FIFpro e ECA (Associação de Clubes Europeus), ressalvando que "em momento algum, publicamente ou nos grupos de trabalho" criados pela Liga de Clubes e a Federação Portuguesa de Futebol, se manifestou "contra a retoma da competição e conclusão da presente época" devido ao impacto económico e risco para as relações laborais.
A entidade, presidida por Joaquim Evangelista, diz estar "empenhada em discutir" com a Liga o "protocolo que irá ser implementado e as medidas necessárias para proteger a saúde dos jogadores e demais envolvidos no espetáculo desportivo". Realça, contudo, que "neste momento não existe, que o Sindicato conheça, um parecer favorável da Direção-Geral de Saúde", nem uma "indicação clara dos requisitos mínimos que devem estar preenchidos" para a retoma da competição.