Agora sim, pelos vistos é mesmo de vez: Mbappé anuncia que está de saída do Paris Saint-Germain
Tim Clayton - Corbis
Depois de muitos avanços e recuos, saídas quase anunciadas e renovações inesperadas, é desta que Kylian Mbappé vai mesmo sair do Paris Saint-Germain. O avançado francês revelou ele próprio a notícia num pequeno vídeo em que deixou a sinceridade correr. No próximo domingo joga pela última vez no Parque dos Príncipes. E depois o Real Madrid deverá ser o destino
Andamos nisto há anos. Kylian Mbappé sai ou não sai do Paris Saint-Germain, vai para o Real Madrid, o seu sonho de menino, ou para outras paragens, quem sabe até das Arábias? Em 2022, parecia certa a saída do avançado francês para o Santiago Bernabéu, falava-se até já da festa que estava a ser preparada para a apresentação no estádio do Real Madrid, mas inesperadamente surgiu uma renovação com o PSG, até 2025, perdoaram-se todas as hesitações do menino prodígio, que continuou a marcar golos em barda e a ganhar troféus em França - mas nunca a desejada Liga dos Campeões.
E é depois de mais um ano de desilusão dos franceses na liga milionária que Mbappé está mesmo de malas aviadas de Paris. A confirmação não chega por via de rumores, de empresários mais ou menos envolvidos nas negociações, mas sim pela boca do próprio avançado, de 25 anos, que resolveu bagunçar um terno final de tarde de sexta-feira com a informação, que já meio mundo esperava, que no próximo ano não será jogador do PSG.
“Que anunciar a todos que é o meu último ano no Paris Saint-Germain, não vou renovar e esta aventura vai terminar nas próximas semanas”, começa por dizer o avançado num vídeo que não foge aos clichés das gravações deste campeonato: cenário simples, roupa discreta, como quem quer confessar-se sem enredos ou trunfos na mão. O último jogo do jogador no Parque dos Príncipes com a camisola do PSG será este domingo, frente ao Toulouse.
A saída de Mbappé do PSG nem sequer podia já entrar na categoria de segredo mais mal guardado do futebol. A renovação do craque em 2022 até 2025 tinha um pequeno quid pro quo: o último ano era de opção e o jogador necessitava de ativar essa mesma cláusula antes do início desta época para ser jogador dos parisienses até ao final da próxima temporada. Mbappé não o fez e por isso 2023/24 já foi jogado em modo despedida anunciada. O vídeo lançado esta sexta-feira colocou apenas uma pedra sobre o tema.
Depois de anos de especulação, de vai-não-vai, o próprio jogador, visivelmente atordoado, anunciou a notícia. “São muitas emoções, foi um prazer fazer parte do melhor clube de França e um dos melhores do mundo”, sublinha, lembrando que foi no PSG que aprendeu a “jogar sob pressão” e que o clube o ajudou a “melhorar como jogador”, ao lado “de alguns dos melhores da história”.
“Cresci como homem também, com toda a glória e erros que cometi”, apontou, seguindo-se um momento de honestidade do jogador, que se dirige aos adeptos do PSG para se desculpar. “Nem sempre mereci o vosso amor ao longo destes sete anos, mas nunca vos tentei enganar”, garante.
Christian Liewig - Corbis
Numa despedida em que nomeou todos os treinadores com quem trabalhou ao longo destes sete anos, desde que chegou do Mónaco numa transferência milionária, houve lugar para um agradecimento a Luís Campos, diretor desportivo dos parisienses, para todo o staff, do mais graduado ao menos mediático. Mas não para o presidente do clube, o catari Nasser Al-Khelaifi. Diz que o momento é “difícil, muito difícil” e que nunca tinha pensado que fosse tão complicado dizer adeus ao clube, ao seu país e à Ligue 1. Aliás, sobre o futuro, oficialmente só anunciou que na próxima época não jogará em França. “Acho que preciso disso, de um novo desafio”, sublinha.
Pelo PSG, Mbappé venceu seis vezes a liga francesa, a última das quais já esta temporada. Ganhou ainda três vezes a Taça de França, pecúlio que pode aumentar, já que o clube de Paris está na final de dia 25 deste mês, frente ao Lyon. A grande pedra no sapato foi mesmo a Champions: foi finalista em 2019/20 e este ano o PSG caiu nas meias-finais, aos pés do Borussia Dortmund. A próxima paragem deverá ser mesmo o Real Madrid.
“O PSG é um clube que não deixa ninguém indiferente: podes amá-lo ou odiá-lo e eu escolhi amá-lo. Tentei dar sempre a melhor versão de mim próprio nestes sete anos”, rematou, fechando assim uma relação duradoura e intensa, com altos e baixos.